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Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:A Lava Jato acaba de assumir que é uma ditadura.
Rompendo qualquer limite com os escrúpulos democráticos, acaba de declarar guerra aberta a um partido político, à legenda que governa o país há mais de 12 anos.
O sigilo de pessoas ligadas à comunicação no campo progressista também começou a ser quebrado, numa prova de que Sergio Moro se tornou, efetivamente, o líder de um movimento golpista contra uma legenda.
Agora, com a quebra do sigilo telefônico da sede do PT em São Paulo, o que farão os procuradores? Vazamentos seletivos ao Globo, à Veja?
Morto o impeachment, resta ao golpismo apelar para o que existe de mais sujo: o arbítrio judicial.
A pior ditadura possível, pior do que a militar, é a ditadura do judiciário, porque esta não conhece limites e se traveste de legalidade.
O princípio de isonomia que se pede de uma democracia, e mais ainda de um judiciário, exige que se quebre também o sigilo telefônico da sede nacional do PSDB.
O que estamos assistindo é um golpe imundo, contra o interesse nacional, contra a democracia. Procuradores viajam ao exterior para colher informações contra empresas nacionais. Consultam empresas estrangeiras sem passar pelo crivo do Ministério da Justiça.
E agora quebram sigilos de um partido político de esquerda? De sindicatos, de jornalistas ligados aos movimentos sociais?
Nem a ditadura militar chegou a tanto!
A Lava Jato quer destruir qualquer ambiente de contestação ao golpe?
Como assim?
Um partido detêm informações politicamente sensíveis, referentes à vida política daquele grupo!
O sigilo de um partido político não pode ser quebrado!
Por que não quebrar do PMDB, do PP, do PSDB, do PPS, de todos os partidos?
Como assim, quebrar o sigilo de apenas um partido?
Como assim quebrar os sigilos de jornalistas, apenas porque eles são ligados ao campo progressista?
Para mim, a Lava Jato acabou de se auto-enterrar no esgoto da história.
Mais um capítulo no rol do horror do autoritarismo brasileiro.
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No UOL.
Lava Jato quebra sigilo telefônico de sede nacional do PT
12/11/2015 19h50
A Justiça Federal autorizou a quebra do sigilo telefônico da sede do diretório nacional do PT, em São Paulo, e de mais seis números que supostamente foram usados pelo ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto, segundo o Ministério Público Federal.
Os dados, já fornecidos pelas operadoras de telefonia e encaminhados à Justiça, também incluem interceptações telefônicas da linha do Sindicato dos Bancários e de uma ex-funcionária da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) que hoje é vinculada ao PT, além da linha pessoal de Vaccari, de sua esposa e da residência dele.
"É de todo plausível considerar-se que João Vaccari tenha se utilizado de linha fixa de sua residência e de outros números do diretório do Partido dos Trabalhadores a fim de realizar contatos profissionais, sendo possível, ademais, que tenha solicitado que terceiros realizasses as ligações em questão", disse o Ministério Público em manifestação sobre a medida.
Dois números ligados ao coordenador-geral da Editora Gráfica Atitude, Paulo Roberto Salvador, também tiveram o sigilo quebrado. Os dados telefônicos cedidos vão de julho de 2010 a julho de 2015, período que engloba duas campanhas presidenciais.
As medidas solicitadas pelo Ministério Público Federal integram a ação que investiga se a Gráfica Atitude foi usada pelo ex-tesoureiro do PT para lavar dinheiro de propina recebida por contratos com a Petrobras. As revelações sobre o esquema foram feitas pelo ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça, que fez acordo de delação premiada.
O advogado de Vaccari, Luis Flávio Borges D'urso, classificou as quebras de sigilo envolvendo outras pessoas e entidades que não são seu cliente como "devassa" e entrou com uma petição nesta quinta (11) para tentar excluir os dados telefônicos do PT e do Sindicato dos Bancários da ação.
"Solicitamos que o juiz afaste telefones de pessoas e de instituições, como o próprio PT, que são estranhas ao processo. Não há necessidade. Pedimos para que ele reverta essa situação", disse D'urso. Ele também afirmou que seu cliente está "tranquilo" porque "não há nada de irregular nas suas ligações".
Vaccari está preso em Curitiba (PR) há sete meses. Ele foi detido na 12a fase da Operação Lava Jato. Além de ter sido tesoureiro do PT, foi presidente do Sindicato dos Bancários e da Bancoop.
Procurado pelo reportagem, o PT afirmou que não comentará quebra de sigilo de sua linha telefônica.
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