Le Monde e a crise dos jornalões
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Le Monde e a crise dos jornalões


Por Altamiro Borges

Sete dos onze redatores-chefes do jornal Le Monde pediram demissão nesta semana, agravando ainda mais a violenta crise do tradicional diário francês. Em carta enviada à direção da empresa, eles explicaram que há meses alertam sobre as “graves disfuncionalidades e a falta de confiança” na redação. O principal alvo das críticas é a diretora do jornal, Natalie Nougayrède, acusada de adotar métodos truculentos e de impor um plano de reestruturação que prejudicou 57 áreas de trabalho. Eles também criticam a interferência na linha editorial exercida pelas poderosas empresas acionistas, como a operadora de telefonia Free.

O jornal Le Monde agoniza há muito tempo. No livro “A explosão do jornalismo”, Ignacio Ramonet relata que na década passada o diário perdeu 25% dos seus compradores em bancas e cortou centenas de postos de trabalho. A crise, porém, é generalizada nos jornais da França. “À procura de uma rentabilidade que não encontram, as empresas da imprensa são entregues a temíveis ‘cost killers’, especialistas na redução de custos, que cortam a machadadas as equipes e as despesas... Os salários dos funcionários foram diminuídos ou congelados. As condições de trabalho dos escritores e jornalistas free-lancer se degradam”.

A razão principal da crise é o crescimento da internet, que abala o modelo de negócios da mídia tradicional. “O planeta mídia está sofrendo um traumatismo de amplitude inédita. O impacto do ‘meteorito internet’, semelhante àquele que fez desaparecer os dinossauros, tem provocado uma mudança radical de todo o ‘ecossistema midiático’ e a extinção massiva dos jornais da imprensa escrita... Trata-se de uma mudança de paradigma. Uma revolução que avança aos saltos e sobressaltos”, teoriza Ignacio Ramonet. Nesta semana, a vítima deste meteorito foi o Le Monde!

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