Lula deve ser amordaçado?
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Lula deve ser amordaçado?


Por Paulo Moreira Leite, na coluna Vamos combinar:

A julgar pela oposição, Luiz Inácio Lula da Silva só tem liberdade para falar de futebol. O ministro Celso de Mello declarou que, se Lula fosse presidente da República, poderia enfrentar um processo de impeachment caso tivesse feito declarações e insinuações semelhantes àquelas que o ministro Gilmar Mendes afirma que ele fez.


O caso é este. Um presidente da República não tem opinião pessoal. Tudo o que ele pensa e manifesta envolve o cargo que ocupa e pode ser considerado uma forma de pressão sobre alguém.

Mas Lula é ex-presidente e tem o direito de dizer o que pensa para toda pessoa que tenha disposição de ouvi-lo.

Ex-presidente é assim. Se o Fernando Henrique pode falar a favor da legalização das drogas num pais infernizado pelo crack, embora muitos educadores considerem que essa simples medida pode estimular o consumo da droga, pergunto por que Lula não pode dizer o que pensa sobre a melhor época para o julgamento do mensalão.

Não pode, é claro, chantagear nem sugerir uma barganha, coisa que eu duvido sinceramente que tenha feito.

Mas eu acho que toda pessoa maior de idade e em pleno gozo de sua saúde mental que senta-se para conversar com um ex-presidente e um ex-ministro do Supremo, do governo Lula e do governo FHC, como Nelson Jobim, sabe que a conversa não vai se limitar a futebol nem a mulher bonita. Vai se falar de política e é claro que, de uma forma ou de outra, vai chegar ao assunto do momento, que é o mensalão.

E é claro que quando Lula, Gilmar Mendes e Nelson Jobim falam desses assuntos, a conversa não é simples tertulia literária. Vem carregada de duplos, triplos e quádruplos sentidos.

São profissionais da conversa. Muito pouco precisa ser dito porque tudo pode ser entendido.

O esforço para transformar esse triálogo atende a outra agenda. Consiste na tentativa permanente da oposição para criar um clima politizado em torno do julgamento do mensalão.

Essa é a questão. Na medida em que as partes já apresentaram suas armas, as estratégias para o julgamento estão cada vez mais claras.

A oposição aposta que um clima politizado, de denuncia, de indignação, será útil para obter uma condenação. Torce, também, por uma decisão no primeiro semestre, que poderá trazer benefícios nas eleições de outubro. Não é preciso ter diploma de marketing eleitoral para calcular que uma sentença do Supremo terá um valor de prova na visão de muitos eleitores.

O PT se esforça na direção contrária. Acredita que o exame das provas, a exposição serena dos pontos de vista pode ser favorável aos acusados.

Essa é a discussão.




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