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Lula e o fantasma de 2018
Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Nestes 126 anos da história republicana do País há pouca coisa no mundo político comparável à reação conservadora de agora, marcada pela campanha contra o ex-presidente Lula. Sustentada pela mídia, a onda é movida principalmente por razões eleitorais. Essa perseguição foi comparada recentemente por Eva Vilma, talentosa e corajosa atriz, como uma “caça às bruxas”. Implacável.
A Operação Lava Jato tem feito a pauta principal ser cumprida às cegas pelos veículos de comunicação. Televisão, revista, jornal e, também, emissoras de rádio integram esse monopólio. Essa estranha confraria antidemocrática mantém distância de várias regras profissionais do jornalismo honesto. Nesse jogo vale a mentira, e não a verdade.
Por que Lula?
A resposta está identificada e consolidada em alguns números surpreendentes trazidos pelas pesquisas eleitorais, como mostra, por exemplo, a última sondagem do Datafolha.
Após quatro vitórias consecutivas do PT comandadas por Lula, na disputa pela Presidência da República, ele tornou-se o fantasma da oposição na eleição de 2018. Não há outra opção viável para o PT e, também, para a esquerda. E tudo pode ser facilitado por uma oposição forte quanto golpista e frágil dentro das regras legais do combate eleitoral.
Lula, apesar da queda, ainda é considerado o melhor presidente da história do Brasil para o mesmo eleitor.
A pesquisa indica que o ex-presidente sofre, no momento, forte rejeição de 49% do eleitorado. A rejeição, construída em mais de dois anos pela Lava Jato, não se expressa com clareza, porém, nos resultados de um confronto nas urnas. Isso porque, se a eleição fosse hoje, Lula disputaria o 2º turno nos quatro cenários propostos na pesquisa dos possíveis candidatos com chances de vitória.
Na disputa presidencial está firme no segundo lugar, em empate técnico com Aécio e Marina, dentro da margem de erro de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
O quarto cenário da pesquisa aponta um fato preocupante para o PSDB e aliados. Os três presidenciáveis tucanos, os senadores Aécio Neves e José Serra e governador paulista Geraldo Alckmin, somam juntos 32 % dos votos. Muito pouco. Serra e Alckmin podem pular do ninho tucano onde o nome dominante até agora é o de Aécio. O PMDB pode abrigar Serra e o PSB entregar a candidatura a Alckmin.
Quando olha para 2018, a oposição não sonha. Tem pesadelos.
A resistência do ousado metalúrgico, apesar de um grande desgaste político, certamente impressiona a oposição e a empurra pelo caminho tresloucado do golpismo: a deposição de Dilma e a prisão de Lula.
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