Por Altamiro Borges“Conhecido pelas polêmicas declarações contra gays e negros, o deputado federal Marco Antonio Feliciano (PSC) teve o pedido de impugnação da candidatura registrado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nesta sexta-feira (25). O deputado faz parte de uma lista com 825 nomes que tiveram contestação judicial no Estado e deverá prestar esclarecimentos à Justiça para que a candidatura tenha validade na eleição de outubro”. A informação, fornecida pelo jornalista Rodrigo Rodrigues no site Terra Magazine, não teve maior repercussão na imprensa paulista. Talvez porque o “nobre” deputado tenha cavado um espacinho no governo de Geraldo Alckmin, que concorre à reeleição e é amigão da mídia!
Segundo a matéria, o pedido de inelegibilidade foi encaminhado pelo procurador regional André de Carvalho Ramos. “Na petição ao juiz do TRE-SP, o procurador afirma que o polêmico pastor deixou de anexar várias certidões que comprovam que os direitos políticos dele estão em ordem e valendo... Na declaração que entregou à Justiça Eleitoral neste ano, o pastor declarou ser dono de R$ 1.341.464,92 em bens pessoais. O valor é 111,3% maior que os R$ 634.800,00 declarados na eleição de 2010, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez. Além de Feliciano, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e mais treze deputados de São Paulo também terão que prestar esclarecimentos à Justiça Eleitoral”.
Alianças escondidas
Tudo indica que Marco Feliciano não terá a sua candidatura impugnada. Afinal, os tucanos gozam de muito prestígio no Judiciário. O que chama a atenção, porém, é o tratamento dado pela mídia. Ela evita fazer alarde sobre as alianças tucanas para não abalar a imagem do “picolé de chuchu”. Em 8 de abril, por exemplo, a Folha deu uma notinha de poucas linhas para informar que “o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nomeou Gilberto Nascimento Jr., do PSC, para a secretaria-adjunta da Justiça e da Defesa da Cidadania. A pasta cuida das políticas de direitos humanos, como valorização de minorias e diversidade sexual, e assistência a dependentes químicos”.
Ou seja: a pasta foi entregue – em troca da futura coligação – para um partido liderado pelo principal inimigo público das minorias e dos direitos humanos. A mídia tucana também evitou dar destaque para outras alianças pragmáticas estabelecidas pelo PSDB em São Paulo. Para garantir o apoio do PRB, Geraldo Alckmin simplesmente rifou o comando da Fundação Procon, entregando o cargo para Alexandre Modonezi, indicado pelo ex-deputado Celso Russomanno. Na ocasião, a negociata foi alvo de duras críticas das entidades ligadas à defesa dos consumidores, como o Idec.
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