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MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 06/06
Bolsa quer facilitar IPOs de pequenas e médias empresas
A BM&FBovespa apresenta hoje ao ministro Guido Mantega (Fazenda) um projeto para dar maior acesso ao mercado de capitais para pequenas e médias empresas.
A ideia é estimular a abertura de capital de 15 mil empresas no Brasil com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 400 milhões por ano.
"É um potencial espetacular que o país tem de empresas que seriam beneficiadas para poderem se financiar ao menor custo existente, que é o do mercado de ações", afirma Edemir Pinto, diretor-presidente da Bolsa.
Para ser criado, no entanto, o projeto precisa obter incentivos fiscais para essas companhias.
A BM&FBovespa fez um estudo sobre o mercado de capitais para pequenas e médias companhias depois de visitar sete países, entre eles Coreia do Sul, Inglaterra, Austrália, Canadá e Polônia, identificados como de bom desempenho nesse segmento.
Na Coreia, há várias operações na faixa de US$ 50 milhões a US$ 80 milhões.
"Queremos reduzir o tamanho dos IPOs [oferta pública inicial de ações] no Brasil, que são em média de cerca de R$ 400 milhões. Já foram de R$ 650 milhões, mas ainda são de valor alto", afirma.
"Em 2013, o mercado brasileiro de IPOs foi o segundo maior do mundo pelo volume de seis operações, com primeiras ofertas, e de emissões secundárias, que somaram R$ 18 bilhões", acrescenta.
Os Estados Unidos foram o primeiro, com cerca de 72 operações.
DA FÁBRICA PARA A LOJA
A Tip Top, empresa fabricante de roupas infantis que entrou no varejo há cinco anos, está preterindo suas raízes e reforçando a atuação no comércio. Neste ano, pretende abrir 15 franquias --atualmente são 70.
"Nossa estratégia é nos consolidarmos no varejo. As fábricas são secundárias. Inclusive, hoje temos ociosidade", afirma David Bobrow, sócio-proprietário do grupo TDB Têxtil, que detém a marca.
Quase ao mesmo tempo em que passou a abrir lojas, em 2008, a companhia começou a importar peças. Os desembarques, vindos principalmente da China, correspondem agora a 40% do total comercializado.
"O varejo exigiu produtos com um nível de elaboração e preços impossíveis de serem feitos no Brasil", diz.
"Apenas a linha de praia continua bem competitiva."
As lojas da marca devem faturar R$ 65 milhões em 2013 --alta de 23% ante o ano anterior. O grupo TDB estima uma receita de cerca de R$ 160 milhões.
Portos de SC terão obras para receber 'supernavios'
Os portos de Itajaí e de Navegantes, em Santa Catarina, receberão R$ 287 milhões para que navios de grande porte possam atracar no local.
Os governos federal e estadual fecharam ontem um acordo para repartir os custos das obras, que deverão começar ainda neste ano.
"Hoje, a largura do rio impede a entrada de embarcações maiores, com capacidade de 10 mil a 14 mil TEUs [unidade equivalente a um contêiner de 20 pés, ou cerca de seis metros]", diz o secretário estadual de Planejamento, Murilo Flores.
O governo catarinense estima que, até 2015, 65% dos cargueiros que chegarem aos portos do país terão essa capacidade.
Por isso, segundo o secretário, são necessárias mudanças para que a movimentação de Itajaí e de Navegantes não fique comprometida.
As obras concentram-se no aumento da bacia de evolução (alongamento da margem), para que os navios possam manobrar para o retorno, e do molhe norte (estrutura na entrada entre o mar e o rio).
Os recursos devem ser vinculados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O acordo foi firmado durante audiência em Brasília entre a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), o ministro interino da Secretaria de Portos, Mario Lima Junior, e o governador Raimundo Colombo (PSD).
5%
é quanto os dois portos representam da comercialização por contêiner no Brasil
85%
é a porcentagem no Estado de Santa Catarina
R$ 165 MILHÕES
serão custeados pelo governo federal
R$ 122 MILHÕES
é a parte que sairá dos cofres do governo catarinense
Mais shoppings... A companhia mineira Tenco Shopping Centers vai construir um shopping em Guarapuava, no Paraná. O projeto da nova unidade integra o plano de expansão da empresa, orçado em R$ 500 milhões.
...no Paraná Também estão previstas as inaugurações de quatro novos empreendimentos até dezembro deste ano. A empresa criou um fundo com o Pátria Investimentos e planeja abrir o capital em 2015 ou 2016.
CONSUMO INTERIORANO
O gasto com bens não duráveis em cidades do interior do país cresceu mais que nas regiões metropolitanas, segundo levantamento da consultoria Kantar Worldpanel.
No ano passado, a expansão do consumo com essas mercadorias em municípios do interior foi de 6%. A média nacional de crescimento ficou em 5,4%.
A pesquisa foi feita com base em dados de 8.200 famílias.
MATÉRIA-PRIMA EM FALTA
A Justiça Federal no Rio Grande do Sul negou recurso de empresas mineradoras e manteve suspensa a extração de areia no rio Jacuí, na região de Porto Alegre.
As atividades foram paralisadas no local, no mês passado, por causa de possíveis danos ambientais.
Desde então, o preço do mineral dobrou na capital gaúcha, afetando o setor de construção civil.
O valor do concreto também registrou alta --passou de R$ 235 o metro cúbico para R$ 260, de acordo com o Sinduscon/RS (sindicato da construção civil).
Antes dos trabalhos no rio serem interrompidos, três mineradoras exploravam areia na região. Juntas, elas eram responsáveis por suprir cerca de 95% da demanda de Porto Alegre e aproximadamente 60% da estadual.
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