Meirelles e a “massa cheirosa” da Folha

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Por Altamiro Borges

Eliane Cantanhêde, colunista da Folha e comentarista da Globo News, adora a “massa cheirosa” do PSDB, como ela registrou num vídeo durante a campanha de 2010. Ela nunca escondeu sua “posição oposicionista” aos governos Lula e Dilma, seguindo sempre fielmente as ordens de Judith Brito, executiva do Grupo Folha e ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ). Neste ano, porém, ela parece meio desnorteada. Ela já criticou a oposição demotucana por suas divisões e pela falta de maior agressividade. No mês passado, ela vibrou com a possiblidade do amigo José Serra ser o vice de Aécio Neves. Mas a manobra não vingou. Hoje (20), no artigo intitulado “O estrago que Meirelles faria”, Cantanhêde voltou a se animar.

“José Serra demorou duas semanas, pelo menos, para dizer que ‘nunca’ pensou em ser vice de Aécio Neves. Donde se conclui que a ideia animou círculos tucanos, mas não colou, provavelmente por não encantar o próprio Aécio. O novo nome na roda é o de Henrique Meirelles... Quando o nome de Serra vazou para a imprensa como opção, Aécio se fez de desentendido, elogiando Serra, mas escapulindo de admitir a possibilidade. Já quando o nome de Meirelles chega a público, Aécio não só o elogia como admite ‘conversar’ a respeito. José Serra seria forte, pelo ‘recall’, pela densidade. Mas Meireles, ex-Banco Central, tem imensa vantagem: ele atinge o coração da campanha petista”, escreve a colunista toda animada.

Eliane Cantanhêde expressa bem o sentimento da mídia oposicionista. Ela tem feito de tudo para implodir a base de apoio da presidenta Dilma como única forma de viabilizar o segundo turno das eleições presidenciais. Sabe que a disputa de outubro será difícil, já que a direita partidária não conseguiu encantar a sociedade com os seus “fantasmas do passado” e com a defesa de “medidas impopulares”. Diante das dificuldades, ela agora aposta suas fichas no “boato” sobre a “dissidência” do ex-presidente do BC. Daí a empolgação da “massa cheirosa” da Folha: “Meirelles seria um vice fantástico para Aécio e devastador para Dilma”.

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