Memória e tradição - TOSTÃO
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Memória e tradição - TOSTÃO


FOLHA DE SP - 15/09

É a memória que forma a tradição e a identidade do futebol e da nação


Nestes dias, após mais uma ótima atuação da seleção, refleti e questionei se minhas críticas e a de muitos comentaristas eram exageradas e/ou equivocadas, quando dizíamos, nos últimos anos e antes da Copa das Confederações, que o futebol brasileiro estava em queda, que Neymar era o único jogador, do meio para frente, em condições de se tornar um grande craque e que os times e treinadores estavam ultrapassados.

Penso que a seleção atual é exceção, surpresa, e que ela não tem nada a ver com nível do futebol que se joga no Brasil. Não há também nenhuma certeza de que as excelentes atuações vão se repetir na Copa.

Neymar, como se esperava, já é um dos maiores do mundo. Passou a fase de não atuar bem contra ótimas defesas. Sua evolução foi decisiva para o crescimento da seleção, e o bom conjunto do time o ajudou a brilhar.

Alexis Sánchez, bom jogador do Barcelona e da seleção chilena, disse que reaprendeu a jogar futebol na equipe catalã. Neymar é diferente. Ele terá de se adaptar ao estilo do Barcelona, que também terá de se adaptar a ele. O gol contra Portugal foi mais uma maravilha. Deu vontade de levantar da poltrona e bater palmas.

Os outros bons e excelentes jogadores da seleção, do meio para a frente, evoluíram, com exceção de Lucas. Mas, como se previa, nenhum se tornou e, dificilmente, estará entre os melhores do mundo. O outro grande craque é Thiago Silva.

O futebol brasileiro sempre alternou grandes, bons e maus momentos. Mas nossa memória é a das grandes equipes. É a memória que forma a tradição e a identidade do futebol e de seu povo. O Brasil continua formando um grande número de bons e ótimos jogadores, apesar dos incompetentes e dos politiqueiros. Deveria formar mais craques, pelo tamanho do país, pela tradição e por ter milhares de crianças correndo atrás da bola, em vez de estudarem em horário integral, nas escolas públicas, como sonhavam Leonel Brizola e Darcy Ribeiro.

A seleção pratica um futebol moderno. É compacta, troca muitos passes, desde a defesa, contra-ataca com velocidade, marca por pressão e forma duplas e trios pelos lados, na defesa e no ataque. Não é novidade. Os principais times europeus jogam dessa forma há mais de dez anos. Já as equipes brasileiras, neste período, se caracterizaram por excesso de faltas, chuveirinhos, jogadores cai-cai, enormes espaços entre os setores, volantes brucutus que não saíam de perto da zaga e laterais que corriam pelas pontas para cruzar a bola na área.

Ficamos ultrapassados. Isso começou a mudar nos últimos anos. A seleção poderá se tornar referência dessa transformação. Muitas das críticas da imprensa contribuem para melhorar o futebol. Temos de reconhecer também nossos equívocos, que são muitos e frequentes.




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