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Memórias acidentais (2)
O caderno local do Público referente à região centro (que lamentavelmente não está on-line, diferentemente dos demais cadernos locais...) deste Domingo trazia na sua habitual secção de fotos antigas das cidades da região uma bela imagem do
antigo Café Mondego, na cidade da
Guarda, há umas décadas atrás.
Apesar de terem passado mais de 40 anos desde que deixei a cidade, com destino a Coimbra, lembro-me bem do velho Mondego. As molduras de granito nas portas e janelas, os belos painéis de azulejos etnográficos no interior, o bilhar do lado direito ao fundo, as duas esplanadas no Verão, uma no passeio em frente, outra no pátio adjacente, do lado sul.
Como o jornal recorda, era o café da oposição. Passei lá muitas horas, até porque morava perto, na Praça Marquês de Pombal, ao pé dos correios. No Verão estanciavam por aí alguns espanhóis e os escassos turistas de além Pirinéus que se atreviam a viajar de automóvel para Portugal e que tinham posses para se alojarem no Hotel de Turismo, a dois passos dali.
O Café ficava situado junto ao jardim principal da cidade, na estrada que a atravessava, vinda da Covilhã, e ao fundo de uma rua estreita, íngreme, às curvas e sem passeios que descia do Liceu, situado lá em cima, perto do morro do castelo
[na imagem]. No Inverno, nos belos dias de nevão (pareciam sempre belos nessa altura...), descíamos a ladeira deslizando pela neve, sentados em cima das pastas escolares, em vertiginoso “slalom”, rés-vés das casas. Algumas vezes, por erro na condução, acabava-se a aterrar dentro de alguma casa ou oficina de sapateiro, com algumas contusões. Nada que dissuadisse a repetição da aventura na próxima oportunidade.
Desde há vários anos – informa o jornal –, no lugar do desaparecido Café Mondego encontra-se instalada uma agência bancária. Os bancos foram os principais predadores dos cafés de outrora, cujo desaparecimento marcou o fim de uma forma de característica de convívio urbano. Apetece praguejar: “raios partam os bancos”!
Mas ao rever a imagem pergunto-me o que seria das nossas memórias sem a fotografia.
Vital Moreira
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