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Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço:O principal colunista político da Globo, Merval Pereira, começa a se aproveitar do silêncio de Dilma Rousseff e a vender intrigas.
Vejam o que o cidadão escreveu em seu blog:
“Já aparecem relatos de que a presidente Dilma estaria deprimida, e que teria até mesmo chorado recentemente, depressão atribuída por pessoas próximas às dificuldades por que vem passando na montagem de seu novo ministério. A presidente confessou depois que se sentia muito sozinha.”Já “aparecem” relatos?
“Estaria”?
“Teria até mesmo”?
O nível de precisão das frases é impressionante!
O limite entre jornalismo e ficção, que sempre foram tênues para nossa grande mídia, parece ter implodido.
O monopólio permite essas coisas.
O domínio de propriedades cruzadas faz com que o cidadão seja bombardeado pelas asneiras de Merval via jornal, rádio, tv e internet. Nem sempre é fácil fugir.
Como blogueiro, que trabalha solitariamente, sem ninguém por perto, eu ainda dou sorte.
Muitas vezes, as asneiras midiáticas chegam via colegas de trabalho ou familiares.
Agora, a presidenta tem culpa também. Ela já deveria ter transformado o “Café com a Presidenta”, num programinha de TV, distribuído semanalmente para as redes sociais.
Neste programa, poderia explicar os dilemas de governo e mostrar ao Brasil que não está chorando nada. Continua firme ao volante do governo.
Quem andou chorando, ultimamente, foi o próprio Merval, quando foi anunciada a vitória de Dilma. E não se trata de “relatos”, de que “estaria” deprimido, ou “teria até mesmo chorado”.
Diante de milhares de espectadores, ao vivo, Merval abaixa a cabeça, num gesto de profunda tristeza.
Poderíamos tomar a mesma liberdade poética usada pelo colunista, e afirmar que há relatos de que, após declinar a cabeça, com um semblante tomado pela mais profunda depressão, algumas lágrimas cintilantes teriam sido vistas caindo do rosto torturado do âncora da Globo.
Há relatos ainda, por parte de gente do corpo técnico da emissora (câmeras, som, etc), que votou em Dilma e estava rindo por dentro, que após o término da gravação, Merval teria se unido a outros jornalistas num quartinho do estúdio, e todos choraram copiosamente, em meio a goles generosos de vodka, e que foram levados para casa quase desacordados, ainda chorando.
Se o jornalismo virou esse festival de “terias”, “haverias”, então pode-se escrever qualquer coisa.
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