Por Altamiro BorgesNo final de julho, teve início uma marcha mundial para denunciar os culpados pela grave crise que atinge a Europa. A largada foi dada na praça Puerta de Sol, em Madri, famosa pela “revolta dos indignados”. O seu ponto de chegada é o Parlamento Europeu, em Bruxelas, onde está previsto um ato, em 15 de outubro, com o slogan “os cidadãos não são mercadorias nas mãos de políticos e banqueiros”.
A proposta da marcha partiu dos acampados do movimento 15-M e conta com a adesão de jovens de toda Europa. A internet é o veículo usado para mobilizar os indignados. Durante o longo percurso ocorrerão assembléias e protestos em várias cidades. Fora da Europa, os simpatizantes do 15-M também prometem um acampamento de 20 mil pessoas em Manhattan, nos EUA.
Mobilização e politizaçãoSegundo relato de Fabíola Munhoz, no sítio Carta Maior, o início da “grande marcha” já teve cenas inusitadas. Ainda em Madri, os manifestantes foram surpreendidos com a visita de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia. “Ele expressou solidariedade à luta dos indignados e disse que o fato de o atual sistema mundial criar continuamente problemas sociais e ambientais que é incapaz de resolver, sinaliza a necessidade de mudanças urgentes. Stiglitz sugeriu que haja maior controle do mercado financeiro”.
No início da marcha, eles também provocados pela repressão. “Diante da opressão das forças policiais espanholas, parece que os integrantes do 15-M, que se autodenominam não-violentos, já escolheram suas armas: a comunicação com a sociedade, por meio da tomada de ruas e estradas, e também pelo uso da Internet para a criação de formas de expressão alternativas. Exemplo disso é o blog http://tomalaplaza.net/, que reúne informações de diversos acampamentos espalhados pela Espanha”, conclui Fabíola.
O silêncio da velha mídiaA comunicação alternativa sobre a marcha é fundamental. A velha mídia espanhola parece que optou por uma linha editorial que oculte o protesto dos jovens, temendo novas adesões e os efeitos políticos do movimento. Os demais veículos da Europa também silenciam. No Brasil, a mídia colonizada segue na mesma toada. Para as elites dominantes, os “indignados” já perderam o charme; mais politizados, organizados e mobilizados, eles incomodam o sistema.
Neste vazio de informações, os participantes da marcha só contam com o apoio das redes sociais e de alguns veículos mais críticos do sistema. Mais uma vez o destaque é canal latino-americano Telesur, que tem dado extensa cobertura jornalística ao protesto. Pela internet, os “indignados” espalham os vídeos da Telesur.
Saudações à TelesurO episódio serve para desmascarar a falsa liberdade de expressão da mídia hegemônica. Os integrantes do movimento 15-M têm disparado mensagens pelo twitter criticando a censura imposta pelos monopólios midiáticos:
@facundoiracundo: “Telesur rompe bloqueo mediatico al #15m. La prensa española a la altura del betun.”
@Juanmi_News: “Que grande Telesur y Hilda Salas! Xapó por Telesur! Os invito a que mañana vosotros censureis a las TV’s españolas! De verguenza!”
@enedenada: “Para enterarme de lo que pasa en Madrid tengo que ver por internet Telesur, un canal venezolano que es el único que informa en directo de lo que está pasando!”
@jimbardett: “En directo desde el centro de Madrid… no! no es la televisión pública, es una canal de Venezuela!! Gracias Telesur!”
@Adelboyz: “Telesur el único canal que está cubriendo todas las movilizaciones populares de jóvenes en España alzando la voz por la crisis en ese país.”
@pajarosincuerpo: “Telesur el único medio decente en España. Viva la hispanoamérica!!!”
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