Por Altamiro BorgesO coronel José Agripino Maia, presidente nacional do DEM e senador pelo Rio Grande do Norte, já foi alvo de inúmeras acusações de falcatruas. Mas o demo sempre conseguiu sair ileso e ainda posa de paladino da ética. Nas recentes marchas pelo impeachment da Dilma, organizadas por grupelhos fascistas, ele fez questão de desfilar trajando camisetas "contra a corrupção" e de tirar selfies com os seus admiradores golpistas. Agora, porém, Agripino Maia volta a ser investigado por ações suspeitas. Neste domingo (11), veio à tona a denúncia de que o senador solicitou um jatinho da OAS, uma das empreiteiras denunciadas na midiática Operação Lava-Jato. Será que a mídia vai novamente abafar o caso, salvando o demo de ser enviado para o inferno?
Numa nota curta, a Folha até registrou o episódio: "O presidente da empreiteira OAS, Leo Pinheiro, condenado a 16 anos de prisão sob acusação de envolvimento no esquema investigado na Lava Jato, aceitou emprestar um jato particular a pedido do presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), uma das principais figuras da oposição. O pedido foi feito em janeiro de 2014 por Agripino. Ele solicitou a aeronave não para uso próprio, mas para seu suplente na época, João Faustino, que precisava ir de Natal para São Paulo. Pinheiro aceitou o pedido e disponibilizou o avião, mas a viagem não aconteceu porque Faustino morreu pouco depois de leucemia".
A troca de gentilizas foi encontrada no celular do presidente do OAS, apreendido durante a Operação Lava Jato. As mensagens fazem parte do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga Agripino Maia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "Apesar da viagem não ter se realizado, os investigadores avaliam que está explícita a relação de troca de favores e vantagem indevida entre o empreiteiro e o senador", descreve a Folha. As mensagens analisadas pela Polícia Federal também trazem indícios de que o demo garfou R$ 500 mil de propina da OAS por ter ajudado na liberação de recursos do BNDES para a construção do estádio Arena Dunas, em Natal (RN).
Na quinta-feira passada (8), o mesmo jornal já havia registrado - também numa notinha sem destaque na edição - que o Coaf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, tinha identificado operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o presidente do DEM. "O Coaf detectou depósitos em dinheiro feitos a Agripino Maia de forma fragmentada e sem identificação dos depositantes. O montante total é de R$ 169,4 mil. Foram também feitos depósitos com identificação ao senador. Entre eles está um de R$ 95 mil, em espécie, feito por um motorista do Senado. Outra servidora fez quatro depósitos fracionados de R$ 9.000, segundo as investigações". Para o Coaf, este estranho movimento sugere "a tentativa de burla dos mecanismos de controle e tentativa de ocultação da identidade do depositante".
Estas e outras graves denúncias - como a de que o senador garfou R$ 1 milhão no esquema de desvios dos recursos públicos para viabilizar a inspeção veicular no Rio Grande do Norte - serão analisadas agora pelo ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito foi aberto na semana passada. Agripino Maia tenta aparentar calma, talvez contando com o seu histórico de total impunidade. "Não tomei conhecimento de nada do que consta na investigação. Informado, terei resposta para os fatos que sejam objetos de questionamento", afirmou em nota. Será que o demo mais uma vez vai escapar do inferno? Será que novamente a mídia golpista vai abafar o caso, preservando a imagem de um dos principais líderes da cruzada pelo impeachment de Dilma? A conferir!
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