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MISOGINIA: A SÉRIE DE FEMINICÍDIOS EM GOIÂNIA
A primeira vez que ouvi falar da terrível onda de feminicídios em Goiânia foi agora, neste sábado. De lá pra cá várias mulheres, principalmente as da bela cidade (que conheci em 99, e adorei), pediram pra publicar um post sobre o tema.
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Retrato falado do motoqueiro |
Confesso que não gosto de falar sobre assuntos desse tipo -- de motoqueiros que atiram em mulheres, de caras que empurram mulheres no trilho do metrô, de maníacos que jogam ácido -- pra não dar ideias. Infelizmente, a misoginia reina mesmo na nossa sociedade. Quem acompanha fóruns de ódio, como eu de vez em quando, vê que não falta gente que odeia mulheres e que fantasia sobre como pode nos machucar, nos violentar, nos matar. As justificativas são as mais banais possíveis: as mulheres não me dão bola, então vou me vingar. Como resumiu bem uma leitora outro dia: aos homens, a desculpa. Às mulheres, a culpa.
A outra razão para não escrever sobre a série de mortes em Goiânia é o meu desconhecimento. Portanto, pedi para uma das leitoras escrever um guest post. Mas este será um post colaborativo. Conto com vocês: quero que vocês falem um pouco mais, deixem links, sobre essas mortes terríveis.
Não se sabe se é o caso de um serial killer isolado, ou se é uma ação de uma dupla ou um grupo de misóginos. Sabemos (sabemos mesmo?) que por enquanto foram doze vítimas. E que a polícia está demorando demais para investigar.
E que o modus operandi é sempre muito parecido: um motoqueiro aborda uma jovem nas ruas de Goiânia (em bairros nobres e de periferia) e atira nela, sem roubar nada, e sem que a moça reaja.
Quem assina este post é Juliana, 29 anos, atualmente cursando sua segunda graduação, no Rio. Sua mãe e irmã moram em Goiânia.
No último sábado, 2 de agosto, mais uma adolescente foi morta em Goiânia, sob as mesmas circunstâncias de pelo menos outras 11 vítimas. Ana Lídia de Souza, 14 anos, foi morta em um ponto de ônibus no Setor Cidade Jardim, região sudoeste de Goiânia, por volta das 14 horas, por um motoqueiro em uma moto preta e que usava capacete preto. A menina estaria indo para a Feira da Lua (uma feira, que acontece todos os sábados, localizada em uma praça num bairro nobre da capital, onde são comercializadas roupas, sapatos, bolsas, obras de arte, artesanato) trabalhar com a mãe.
A tese de que seja o mesmo assassino voltou a ganhar forças depois desse episódio. Com mais esse caso, sobe para doze o número de mulheres assassinadas nas mesmas circunstâncias em Goiânia. Até agora nenhum dos homicídios teve resposta das autoridades. O medo é geral e o pânico começa a tomar conta dos, e principalmente das, goianienses (programas sensacionalistas já falam em trinta vítimas).
A polícia nega que haja um serial killer agindo em Goiânia, mas o fato é que as mortes teimam em acontecer e o assassino, ou assassinos, continuam soltos. Desde a morte de Ana Maria Victor Duarte, de 26 anos, assassinada enquanto lanchava com amigos numa sanduicheira do Setor Bueno, em Goiânia, no dia 14 de março deste ano, espalhou-se a tese de que haveria um delinquente matando mulheres na capital. De lá para cá uma série de assassinatos contra jovens, aparentemente sem motivação alguma, vem ocorrendo na cidade.
Na madrugada de 26 de julho, um sábado, Juliana Neubia Dias foi morta dentro do carro do namorado, no semáforo da Av. D com a Av. Mutirão, no Setor Bueno em Goiânia. O assassino parou ao lado do carro onde estava a jovem e, sem dizer nada, efetuou três disparos que acertaram a vítima. Horas antes, numa lanchonete do Jardim América, outra jovem, Daiane Ferreira de Morais, 18 anos, foi baleada nas costas. Ela foi socorrida e encaminhada ao hospital. Felizmente seu quadro é estável e ela não corre risco de morrer.
Como todos os outros homicídios, esses dois últimos casos também não possuem suspeitos e a polícia não sabe a motivação dos crimes. Todos os crimes guardam semelhanças entre si. As jovens foram baleadas sem que houvesse reação, e em nenhum dos casos foram levados pertences das vítimas. A falta de respostas por parte das autoridades goianas faz aumentar a sensação de insegurança e, por conta disso, o pânico toma conta das mulheres da grande Goiânia.
Independente de existir um serial killer, um psicopata ou não, precisamos de respostas. Precisamos que os crimes sejam esclarecidos e que cesse esse empurra-empurra e essa tendência absurda de culpar as vítimas para justificar essa atrocidade.
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