A crise no setor automobilístico da região já começa a provocar impactos no comércio de São José dos Campos e Taubaté. O diagnóstico é de representantes das associações comerciais das duas cidades, que preveem queda no faturamento das lojas até o fim deste ano.
General Motors, Volkswagen e Ford têm, juntas, 863 trabalhadores em lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho).
O PDV (Plano de Demissão Voluntária) também já foi adotado para dispensar o excedente de mão de obra nas principais empresas automobilísticas.
?O reflexo é imediato no comércio. O impacto, aliás, antecede a crise. Porque, quando começa boato de ?facão? nas empresas automobilísticas, as famílias já puxam o freio de mão e partem para a economia?, afirmou o presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, Felipe Cury.
Taubaté. A situação em Taubaté, segundo a presidente da Acit (Associação Comercial e Industrial de Taubaté), Sandra Teixeira, é ainda mais preocupante.
De acordo com ela, a cidade é dependente do setor automobilístico. Um momento de instabilidade, portanto, afeta o comércio.
?Alguns comerciantes da cidade começam a passar o ponto porque não conseguem se manter. As demissões são inevitáveis. Em 2014, já tivemos uma economia regrada no comércio. Em 2015, precisará ser muito mais regrada. Quem vender o suficiente para pagar as contas já estará em uma situação razoável?, disse Sandra.
Em queda. A crise nas montadoras é justificada pela queda nas vendas de automóveis.
Relatório da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) aponta que as vendas de carros tiveram o pior fevereiro desde 2008.
No mês passado, foram emplacados 178.822 veículos, ante 245.904 em fevereiro de 2014, o que representa uma queda de 27,3%.
Se for levado em conta o primeiro bimestre deste ano, pode-se dizer que o mercado brasileiro encolheu 22,53% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
Foram 422.717 veículos emplacados contra 545.641 em janeiro e fevereiro de 2014.
Modelos. Fiat Palio e Fiat Strada lideraram as vendas de carros no país. O Volkswagen Fox/CrossFox ficou na terceira colocação entre os mais vendidos, seguido pelo Chevrolet Onix, da General Motors.
Metalúrgicos têm contratos de trabalho suspensos
São José dos Campos
Das empresas automobilísticas da RMVale, a General Motors, em São José dos Campos, é a que mais tem trabalhadores em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). São 473 funcionários que, desde o início do mês, estão afastados da empresa.
O grupo fica afastado das atividades por cinco meses e, quando voltar, terá três meses de estabilidade no emprego.
Até lá, os trabalhadores farão curso no Senai e terão o salário pago em parte pela GM e a outra por meio de bolsa-qualificação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Volks. No complexo industrial da Volkswagen, em Taubaté, 250 funcionários tiveram os seus contratos de trabalho suspensos por até cinco meses. A lista de trabalhadores que entraram no lay-off foi divulgada na semana passada.
Destes 250 metalúrgicos, 210 estavam em período de férias coletivas de 20 dias desde o mês passado. Além do lay-off, a empresa vai colocar parte de seu efetivo em férias coletivas até 20 de abril.
Na Ford, onde são produzidos transmissões e motores para o KA e o New Fiesta, 140 funcionários estão com o contrato de trabalho suspenso.
fonte:http://www.ovale.com.br/crise-das-montadoras-ja-afeta-comercio-de-s-o-jose-e-taubate-1.580845