Não bastasse o crime bárbaro que chocou o município de Castelo do Piauí, localizado a 190 km de Teresina, quando quatro adolescentes foram brutalmente violentadas e estupradas, mais um crime vitima os moradores da região. Desta vez uma mulher suspeita de estelionato agia no município se passando por uma agente do Banco do Brasil e pedia dinheiro para facilitar empréstimos, mas sumia após receber a quantia. Mais de 200 pessoas teriam sido vítimas do golpe da falsa agente bancária.
As informações foram confirmadas pelo delegado Laércio Evangelista. Segundo ele, a mulher aplicava golpes na região e chegou a ser detida, mas não foi presa porque não existia elementos suficientes para uma prisão em flagrante. O delegado contou ainda que a mulher suspeita chegou a lesar mais de 200 pessoas das cidades de Castelo do Piauí, São Miguel do Tapuio e região.
"A mulher foi detida, mas não foi presa porque não existia estado de flagrância. As pessoas estão com raiva por causa disso, mas não há o que fazer. Além disso, as vítimas reclamam que os policiais civis não estão fazendo os boletins de ocorrência e isso está acontecendo de fato porque eles estão em greve. O que podemos dizer é que vamos investigar, vamos pedir a prisão preventiva dela e averiguar tudo sobre o caso", disse.
O delegado pediu que as pessoas lesadas continuem procurando a polícia para denunciar e que façam o boletim de ocorrência quando a greve chegar ao fim.
Nesta quarta-feira (3), cerca de 60 vítimas foram até a delegacia da cidade para prestar queixa sobre o caso. Uma delas é o lavrador Isaías Gonçalves Resplandes, 38 anos, que mora no assentamento do Morro da Jurema, no município de São Miguel do Tapuio.
Ele conta que uma mulher que se identificou como Maria Mota disse que representava um Banco do Brasil e que estava na região facilitando empréstimos para a população. O lavrador contou ainda que muitas pessoas moradoras da região fizeram o acordo com a mulher. Ao procurar o banco, as vítimas tiveram conhecimento de que ela não tinha dado entrada com o pedido no banco.
"Ela apareceu dizendo que precisava dar R$ 200 para facilitar o empréstimo do banco que giraria em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil. A proposta era para investir na compra de criações de animais ou na lavoura. Ela pedia xerox (fotocópia) dos documentos das pessoas e ainda fazia assinar uma carta de anuência, dizendo que depois de 15 dias o acesso ao dinheiro já estaria liberado", contou.
Outra vítima foi o também lavrador Miguel Arcanjo Campelo de Sousa, de 38 anos, que mora no povoado Coqueiro no município de São Miguel do Tapuio. Ele conta que também foi enganado pela mulher e chegou a dar R$ 330,00 esperando retorno de R$ 25 mil para compras de criação de gado.
"Eu achava que seria um negócio fácil e, inocente, fui enganado. Uma vez até cheguei a vê-la conversando com um rapaz do banco e isso me deu confiança. Até que um dia minha irmã, desconfiada de tudo, foi até o banco e a atendente contou que aquela mulher não trabalhava lá", disse.
As vítimas já acionaram um advogado que está trabalhando na causa. Por não ter sido presa, a população teme que a mulher fuja para o estado de São Paulo.
Com informações do G1