Na linha da frente: o povo em armas, como pode.
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Na linha da frente: o povo em armas, como pode.








A caminho da linha da frente, acompanhando Mohammed Chebani que vai saudar os bravos da Shebab (juventude), passamos por dezenas de tanques e carros queimados e retorcidos. Apenas a 20 minutos da entrada de Benghazi a aviação francesa destruiu-os, assim impedindo o massacre da cidade ("Merci, Sarkozy" digo eu também, apesar de não gostar do personagem...).
Terroristas, chama-lhes o tirano Khadaffi e os poucos apoiantes que ainda não fugiram da sua corte (sãos mais os de cá que se qgitam cá fora, os que com ele faziam negociatas à custa do povo líbio).
Verdadeiros combatentes pela libertação, chamo-lhes eu, que com eles confraternizei nos improvisados check-points e na "linha da frente", 10 km a oeste de Ajdabia, 160km a sul de Benghazi.
Uma trincheira de areia escavada ao longo do deserto. Uma torre de linhas telefónicas de onde se avistam, com binóculos, cerca de 3.000 tropas de Khadaffi. 1.400 jovens e alguns menos jovens espalhados ao longo da trincheira. Uma só tenda para descansarem. Uns vestem camuflados, de todas as cores e feitios. Uns calçam botas, outros ténis, um até havaianas. Nas mãos as armas que puderam arranjar, umas sacadas nos quarteis de Khadaffi, outras trazidas por um carregamento qatari em troca de um barco de petroleo que os rebeldes conseguiram fazer sair do terminal de Tobruk, que Khadaffi não conseguiu destruir. Nas carrinhas pick-up umas peças de artilharia que não sei identificar, muitas com ar artesanal.
Falo com eles. Todos me cumprimentam efusivamente, apertando-me as mãos, por ser do "Parlemen Oropi" e quando digo que sou de Portugal desfiam-me o Mourinho, o Cristiano Ronaldo, o Porto, uns ainda perguntam pelo Figo e pelo Nuno Gomes...
Só encontrei um militar e outro policia. Todos os outros nunca tinham pegado em armas. Eram engenheiros, médicos, estudantes, comerciantes, empregados. Largaram tudo para vir para a frente, combater para libertar o pais de Kadhaffi: "you know, a job you can always get another. Not another country!", disse-me um jovem engenheiro civil que trabalhava na Halliburton.
De fato sem gravata, os meus acompanhantes querem ficar na fotografia na linha da frente. Ahmed Chebani era advogado de direitos de autor em Vancouver, onde o pai perseguido por Khadaffi, estava exilava dezenas anos. Largou tudo no final de Fevereiro para vir parar ao "operations center" da guerra contra Khadaffi. O outro, Mourad Hmeima, era embaixador em Genebra, em Novembro recebera-me, numa delegação do PE, em Tripoli para discutir o acordo-quadro que a UE estava a negociar com Khadaffi. Largou a embaixada em Genebra no dia 25 de Fevereiro, deixou mulher e filhos no Cairo temporariamente e veio trabalhar para libertar o seu país do torcionário Khadaffi. Ajudou-me a organizar a visita e explicou-me o que queria dizer o que me gritavam os miudos "Libia, Hourra, hourra! Khadaffi atla barra!": Libia livre, livre! Khadaffi para a rua!




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