Geral
Nada será como antes - NELSON MOTTA
O GLOBO - 28/06
Se a histórica semana passada tivesse acontecido antes, os deputados não teriam dado a Comissão de Direitos Humanos a Marco Feliciano, e os condenados do mensalão já estariam na cadeia
Antes, os políticos justificavam o baixo nível do Congresso dizendo que, para o bem e para o mal, ele era um reflexo do Brasil, representava o que os brasileiros tinham de melhor e de pior. Ou seja, não se podia almejar um Congresso de primeira com um povinho de quinta. E durante muito tempo nos fizeram acreditar que os representantes não eram piores do que os representados. Na semana passada, o povo nas ruas provou o contrário.
As palavras de (des)ordem atingiram frontalmente os partidos, com sua cultura patrimonialista, seus privilégios afrontosos e seu distanciamento da indignação popular, como uma corporação que se apossou do Estado e se une quando seus interesses são ameaçados ? como agora. Mas eles querem mais dinheiro (nosso) para os seus partidos.
Contra a corrupção eleitoral, eles propõem o financiamento público das campanhas, com a bolada sendo distribuída proporcionalmente às bancadas dos partidos no Congresso. Ou seja, PT e PMDB, enquanto para a oposição sobraria uma verba do tamanho da sua pequenez. É a forma mais fácil, e cínica, de um partido se eternizar no poder às custas do dinheiro publico. Por que o Zé Dirceu e o Rui Falcão não mandam a militância para a rua defender esta proposta?
O horário eleitoral e os fundos partidários ? que já nos custam muito caro ? bastam para equalizar as oportunidades e garantir eleições democráticas. Empresas não votam, só têm interesses, investem e depois cobram a conta. São os eleitores que devem ajudar as campanhas de seus candidatos com doações individuais limitadas. Na Itália, o Movimento Cinco Estrelas fez 25% dos votos sem verbas públicas, só com pequenas doações individuais. E ideias.
Se a histórica semana passada tivesse acontecido antes, Renan não teria sido eleito presidente do Senado, os juizes não ousariam se dar dez anos retroativos de vale-refeição, os partidos não apresentariam projetos para afrouxar o Ficha Limpa e a Lei de Responsabilidade Fiscal, não dariam a Comissão de Direitos Humanos a Marco Feliciano, e os condenados do mensalão já estariam na cadeia. Foi por essas e outras que ela aconteceu.
-
Como Financiar A Política E As Eleições - Murillo De AragÃo
O ESTADO DE S.PAULO - 30/04 Por causa dos graves escândalos de desvio de dinheiro recentes o PT anunciou que não vai mais aceitar doação de fontes privadas. A medida tenta dar uma resposta inadequada e superficial a um problema importantíssimo: como...
-
Desejos Perigosos - Nelson Motta
O GLOBO - 20/12 Há muito tempo venho defendendo o fim da doação de empresas para campanhas eleitorais, mãe de todas as corrupções políticas, porque pessoa jurídica não vota e não deveria participar de eleições, que são um processo democrático...
-
Mocidade Independente - Nelson Motta
O GLOBO - 21/06 Os jovens gritam contra os privilégios dos politicos. E eles fingem que não é com eles Discursando para um auditório lotado de políticos, empresários, lobistas e funcionários, a presidente Dilma advertiu que ?esta mensagem direta...
-
Defensor Do Corte No Bolsa Família, Barros Quer Duplicar Fundo Partidário
O relator do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR) quer duplicar a verba destinada para partidos políticos, conhecida como Fundo Partidário. Em seu esforço para fazer os gastos caberem nas receitas do governo, o mesmo deputado anunciou...
-
Cúpula Do Psc Decide Manter Feliciano Na Presidência De Comissão...
Após sofrer pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a cúpula do PSC se rebelou e decidiu nesta terça-feira (26) manter o pastor Marco Feliciano (SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias....
Geral