Do sítio Vermelho: Nesta quinta-feira, 25 de abril, foi lançado no Rio de Janeiro o Núcleo Estadual do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. O lançamento aconteceu no Sindicato dos Jornalistas do Rio, na Cinelândia, e contou com um auditório cheio. O Barão de Itararé nacional foi lançado em 2010 e, desde então, tem desempenhado um papel protagonista no debate sobre a democratização dos meios de comunicação no Brasil, construindo e fomentando espaços alternativos de comunicação e atuando fortemente na construção de um novo modelo de comunicação, não monopolizada e plural.
Prestigiaram o evento a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ); o secretário nacional das questões da mídia do PCdoB e presidente do Barão de Itararé nacional, Altamiro Borges; o secretário estadual de comunicação do PCdoB-RJ, Waldemar de Souza; o presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio de Janeiro (CTB-RJ), Maurício Ramos; o representante da Fundação Maurício Grabois, Caíque Tibiriçá; o coordenador do Cebrapaz-RJ, Wevergton Brito; a jornalista Hildegard Angel; Orlando Guilhon, da direção do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); entre outros.
O núcleo central do Barão de Itararé no Rio de Janeiro é composto pelos professores Emir Sader (UERJ) e Marcos Dantas (UFRJ); o cientista político Theófilo Rodrigues; pelos jornalistas Marcos Pereira, José Roberto Medeiros, Gilberto de Souza, do jornal Correios do Brasil, e Bruno Ferrari; além do blogueiro Miguel do Rosário.
O lançamento do núcleo também apresentou uma importante mesa de debate sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular para Democratizar a Comunicação. Esse projeto foi construído por diversos especialistas e pensadores do assunto, através do FNDC. O projeto chegará às ruas na próxima segunda-feira (dia 29). A grande batalha pelo recolhimento de assinaturas e pela introdução e fortalecimento do debate na sociedade civil será iniciada nas atividades do 1º de maio por todo o país.
A mesa de debate contou com a presença de Altamiro Borges, Hildegard Angel, Marcos Dantas e Orlando Guilhon; e foi mediada por Marcos Pereira.
Guilhon falou das iniciativas pela democratização das comunicações que já aconteceram ao longo da história do Brasil. Falou do lançamento da Campanha “Para Expressar a Liberdade, uma nova lei para um novo tempo” e da importância das mobilizações de recolhimentos das assinaturas e da intensificação do debate com a sociedade civil: “Teremos um projeto de Lei popular por todo país. Estamos saindo de um processo de mobilização e partindo para uma proposta concreta”, afirmou Guilhon.
O professor Marcos Dantas explicou brevemente alguns pontos do projeto e salientou a importância desse novo momento em que vivemos nesse debate: “Penso que estamos vivendo uma nova fase desse processo político de muitas décadas de história. Penso que ir para as ruas e provocar uma discussão sobre um marco democrático das comunicações do Brasil é fundamental. É o movimento popular tomando a iniciativa de lutar por um Marco Regulatório das Comunicações. Esse processo vai culminar em uma conscientização da sociedade. Vamos ter amplos segmentos da sociedade discutindo a questão das comunicações”, frisou o professor da UFRJ.
Hildegard Angel falou da importância da luta pela democratização das comunicações no Brasil, como instrumento democrático nacional: “Temos urgência desse Marco Regulatório, não apenas pela necessidade de democratizar as comunicações, de democratizar a mídia, sua estrutura, seu conteúdo; mas também para democratizar o direito do cidadão brasileiro de pensar, de ter acesso a informação de qualidade. Um país que vive sob opinião única, vive sob regime de ditadura”, salientou a jornalista.
Altamiro Borges saudou a criação do Barão no Rio de Janeiro, afirmou que o núcleo do Rio é criativo e tem todas as condições de agregar muitos aliados e de contribuir imensamente para o fortalecimento do debate sobre a democratização das comunicações no segundo estado mais importante da Federação. “Agora é o momento de irmos às ruas, e o Barão do Rio pode dar uma belíssima contribuição nessa batalha”.
Altamiro ainda falou da importância do Barão agregar aliados e fomentar a pluralidade: “O Barão é plural, temos que fortalecer todos que desejam lutar pela democratização das comunicações, de fazer uma comunicação livre e diferente”.
A Deputada Jandira Feghali salientou a sua luta de 22 anos no parlamento por iniciativas de democracia na mídia, como a luta pela regionalização. Falou das ações da Comissão de Cultura da Câmara, na qual está presidindo; como a aprovação de seminários regionais sobre a regionalização das comunicações, que se desdobrarão em um debate mais amplo sobre a questão da democratização da mídia. Falou também de uma audiência que será promovida com o BNDES para buscar a criação de uma política de financiamento da mídia livre. Jandira ainda falou das enormes dificuldades enfrentadas no Congresso Federal no que tange o importante debate das comunicações:
“O Congresso anda a passos de tartaruga quando se trata dos assuntos da comunicação. A sociedade está muito mais perto dessa luta, desse movimento. A percepção das pessoas hoje já está mais aguda sobre a importância da democratização das comunicações para o Brasil”, finalizou a deputada comunista.
O dirigente sindical, Maurício Ramos, falou em nome da CTB e prometeu todo apoio e mobilização da Central na luta pela aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular:
“Esse projeto nos permite fazer o que sabemos fazer: ir às fábricas, locais de trabalho, para levar a luta e fazer com que os trabalhadores abracem essa iniciativa. Temos agora a ferramenta que precisávamos para ganhar a classe trabalhadora para essa luta. A CTB-RJ assume aqui o compromisso de integrar ativamente essa luta, levar esse projeto aos trabalhadores e recolher muitas assinaturas. Vamos à luta, contem com a gente”, finalizou Maurício Ramos.
Para Marcos Pereira, um dos coordenadores do Barão no Rio de Janeiro, o núcleo já nasce em um importante momento para a democratização das comunicações: o lançamento do projeto popular. Vamos atuar fortemente para recolhermos o máximo de assinaturas. Nosso núcleo também está aberto para receber novos lutadores em defesa de uma comunicação democrática e plural para o país.
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