Novo degrau de juros - MIRIAM LEITÃO
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Novo degrau de juros - MIRIAM LEITÃO


O GLOBO - 08/10

Nesta reunião do Copom, o Banco Central terá a vantagem de ter o dado da inflação de setembro, na quarta-feira, dia da decisão. E o número tem grande chance de ser o primeiro, desde dezembro, que puxa a inflação acumulada em 12 meses para uma taxa ligeiramente menor que 6%. O BC já comemora antecipadamente, esquecido que parte do resultado é fruto da repressão dos preços administrados.

A notícia da queda da inflação é boa, mas o BC sabe que isso é média de uma taxa de preços livres, que está em 7,64%, e de preços I administrados, que está em 1,27% nos últimos 12 meses. A inflação de serviços e de alimentos per­manece alta. Portanto, não é hora de fazer a come­moração que o presidente do Banco Central, Ale­xandre Tombini, fez na semana passada em Lisboa, ao falar que a inflação está controlada e em queda: ele sabe que parte do resultado é artificial.

A previsão mais comum no mercado é de nova alta dos juros de 0,5 ponto percentual, coisa que não aconteceria se a inflação estivesse fora da zo­na de perigo. Foi por ter sido condescendente no passado que a taxa subiu, ficou alta muito tempo, e levou o Banco Central a ter que retomar o cami­nho da elevação dos juros.

Um dos preços que têm sido mantidos sob controle e criado distorções é o da gasolina. Ontem, a presi­dente da Petrobras, Graça Foster, disse que o ministro Edson Lobão admitiu que é possível um reajuste até o fim do ano, mas que não há data. É meio constrange­dor para a presidente da maior empresa do país ter que ir a Brasília discutir o preço do seu principal pro­duto. Esse problema tem afetado a geração de caixa da petrolífera e é uma das razões que a Moody"s argu­mentou para reduzir a nota da companhia.

Graça Foster, a propósito, reagiu da forma correta à redução da nota. Disse que ""ninguém gosta de nota baixa, mas respeitamos a avaliação da Mo­ody"s" e disse também que "mesmo manten­do grau de investi­mento, a nova nota é um alerta, e a Petrobras está atenta". Em vez de ir pelo caminho de criticar as agências, muito comum no atual governo quando a no­tícia não é boa, ela rea­giu admitindo o pro­blema e informando que aumentará a pro­dução e isso vai me­lhorar indicadores em breve. Por mais que as agências tenham erra­do, desta vez ela fez um alerta correto. E a executiva da empresa fez bem em reagir des­ta forma, em vez de atacar o mensageiro.

O Banco Central, no entanto, tem tentado tapar o sol com a peneira. Os indicadores fiscais estão fi­cando piores e perdendo qualidade, como alertou a agência, mas o Copom na última reunião disse que a política fiscal caminha para a neutralidade. Deu uma guinada completa do que falara nos meses anteriores, quando alertou para o risco inflacio­nário do aumento de gastos.

É melhor para o governo, até do ponto de vista político-eleitoral, que o Banco Central seja mais duro em relação à deterioração fiscal do país, porque em 2014 naturalmente haverá mais rela­xamento.É muito raro um governo fazer ajuste em ano eleitoral. O governo está ampliando os gastos e piorando os indicadores na antevéspera j da eleição, confiando em que as concessões e os j leilões de privatização de infraestrutura vão ge­: rar as receitas extraordinárias para melhorar as I contas públicas no ano que vem.

No curto prazo, no entanto, as notícias são bo­as. Espera-se que o IBGE divulgue uma inflação moderada para setembro, em torno de 0,3% e 0,4%, e que isso reduza a inflação em 12 meses para 5,9%. Mesmo com esse resultado, o Banco Central deve elevar a taxa de juros para 9,5% na quarta-feira. Se esse será o ponto final no ciclo ; de aperto monetário dependerá do que o BC dis­ser nas suas comunicações pós-reunião. 




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