Novos tempos - PAULO GUEDES
Geral

Novos tempos - PAULO GUEDES


O GLOBO - 24/06
As ondas de "destruição criativa" das novas tecnologias e das mídias sociais inundaram o território da política. As mesmas inovações que derrubaram fronteiras industriais estabelecidas abalam agora as instituições políticas pouco flexíveis com uma enxurrada de anseios há muito represados. A presidente entendeu o recado de uma classe média emergente: "Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido de recursos públicos." A voz das ruas foi um clamor de indignação com os políticos e de insatisfação com os serviços públicos. Aos gritos de "sem violência" e "sem partidos".
Há muito tenho dito que o Congresso nos deve uma reforma política, uma forma decente de conduzir a coisa pública. As evasivas ante as condenações do mensalão e a Proposta de Emenda Constitucional 37, um verdadeiro monumento à impunidade, demonstram ainda, mais do que a falta de sintonia do Congresso com a opinião pública, uma assustadora perda de legitimidade.

Tenho insistido também na descentralização de recursos do governo federal para estados e municípios, tornando os gastos públicos mais sensíveis aos anseios da população. "Transporte público, saúde e educação": o dinheiro tem de ir aonde o povo está. Quem gosta muito de estádios novos são as empreiteiras e o governo federal, enquanto prefeitos e governadores devem estar preocupados com hospitais, escolas, ônibus, trens e metrôs.

A segurança pública é também tema incontornável ante a violência de algumas centenas de assaltantes, baderneiros e integrantes de brigadas embandeiradas, entre as centenas de milhares de manifestantes pacíficos e ordeiros, numa festa democrática espontânea, sem cabos eleitorais, sem máquinas partidárias, sem carros de som, sem palanques, "como nunca antes na História deste país".

Na moderna sociedade do conhecimento, em plena era da informação instantânea, os próprios políticos desacreditaram a política. Soubemos durante o julgamento do mensalão que, nas relações entre o Executivo e o Congresso, bem como nas alianças partidárias, compra-se, vende-se, aluga-se. A explosão de civismo nas ruas, em que tremulavam bandeiras do Brasil ao som do Hino Nacional, é uma exigência de mudança radical no comportamento de nossa classe política. Decência, ainda que tardia.




- Nunca Antes - Paulo Guedes
O GLOBO - 15/07Com a economia voando, o problema da corrupção na política era simplesmente irrelevante para a maioria da população. A razoável qualidade da política econômica era como uma blindagem para malfeitos do governo. Abusos, tanto no Poder...

- Governo Dilma Não Fala A Mesma Língua Das Ruas - Roberto Freire
BRASIL ECONÔMICO - 28/07 Apesar do clamor popular que ganhou as ruas do país nas últimas semanas, Dilma Rousseff vem mostrando que não entendeu a mensagem transmitida por milhões de brasileiros descontentes com os rumos da nação. O discurso da...

- Uma Reforma Moral - Editorial Zero Hora
ZERO HORA - 26/06 Nada indica que os manifestantes que tomaram as ruas do país nas últimas duas semanas queiram mudar o sistema de governo ou alterar a democracia representativa. O que eles querem é gente honesta no exercício da administração pública....

- A Classe Média - Merval Pereira
O GLOBO - 23/06A decisão do Movimento Passe Livre de não convocar novas manifestações porque "grupos conservadores" infiltraram-se nos últimos atos serve para retirar a máscara desse movimento, que começou o protesto contra o aumento do preço...

- Mocidade Independente - Nelson Motta
O GLOBO - 21/06 Os jovens gritam contra os privilégios dos politicos. E eles fingem que não é com eles Discursando para um auditório lotado de políticos, empresários, lobistas e funcionários, a presidente Dilma advertiu que ?esta mensagem direta...



Geral








.