Do sítio Vermelho:Em telegrama enviado neste sábado (27) para a família de Adelino Ramos, camponês líder do Movimento Camponês Corumbiara e militante do Partido Comunista do Brasil assassinado na sexta-feira em Rondônia, o presidente nacional do partido, Renato Rabelo, lamenta a morte de Dinho, como era conhecido, e manifesta solidariedade à família.
"Em nome da direção nacional do Partido Comunista do Brasil me solidarizo com a família de nosso camarada Adelino Ramos, militante comunista destacado, assassinado em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho, estado de Rondônia, que lutava com seus companheiros contra os grandes latifundiários e proprietários de madeireiras em sua região", diz o telegrama.
"Desde 2009 que Ramos denunciava à ouvidoria agrária nacional ameaças de morte que ele e outros lutadores estavam sofrendo por exigir a criação de um assentamento agrário em seu estado. Esta morte – assim como outras que vêm acontecendo pelos mesmos motivos – devem ser imediatamente investigadas e esclarecidas, além de que sejam tomadas providências para que não mais ocorram. A luta pela reforma agrária em nosso país é uma exigência nacional", conclui a mensagem, assinada por Renato Rabelo.
O PCdoB de Rondônia, por meio do seu vice-presidente regional, Francisco Batista da Silva, também divulgou nota lamentando o assassinato de Dinho. "Em 27 de maio de 2011, foi ceifada a vida do líder sindical camponês Adelino Ramos (Dinho) militante da causa pela reforma agrária em Rondônia e conhecido nacionalmente pela luta e contra a violência no campo", diz a nota, publicada nesta sexta-feira (27).
"Dinho, como era conhecido, dedicou toda a sua vida a causa dos camponeses. Recentemente vinha trabalhando em um assentamento no sul do Amazonas, em uma região conhecido como Ponta do Abunã. Era um homem marcado para morrer há cerca de dois anos, vinha sendo ameaçado constantemente e assim perdeu sua vida", prossegue.
"O Partido Comunista do Brasil, que ao longo de 90 anos sempre esteve na luta pela reforma agrária em nosso país, repudia a violência no campo, que tem aumentado na região norte do país, onde em apenas uma semana três lideres foram executados, e ao mesmo tempo solicita às autoridades estaduais e federais a apuração imediata e punição aos responsáveis por tais tragédias. Adelino Ramos era um dos militantes do partido em Rondônia.
Ramos filiou-se ao PCdoB em 22 de setembro 2007, junto com mais outras 150 membros do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), de Rondônia. O movimento congrega cerca de 600 famílias e foi fundado em 1995.
Na ocasião de sua filiação, Ramos disse que o movimento se fortalecia ainda mais. “O PCdoB está ligado à luta dos trabalhadores. É um partido forte que sempre lutou pela reforma agrária no País”, destacou. Eron Bezerra, então Deputado Estadual do Amazonas, abonou as fichas dos novos filiados.
Amigo pessoal de Dinho, Bezerra explica que a região é conflituosa. “São madeireiros que atuam de forma irregular que não querem organização e nem a presença do Estado. Para eles não interessa. Significa ameaça. Dinho foi mais uma vítima dessas pessoas”, declarou.
Bezerra acionou novamente a Secretaria de Segurança Pública para evitar novas mortes no local. O secretário Zulmar Pimentel comprometeu-se em averiguar o caso.
Velório na sede da CTBO velório de Dinho está sendo realizado na sede da CTB em Porto Velho. Várias lideranças nacionais confirmaram presença no velório, entre eles a senadora do Amazonas Vanessa Grazziotin (PCdoB).
Ramos, que em agosto de 1995 sobreviveu ao ataque em que morreram 12 pessoas, entre camponeses e crianças, às mãos de um comando de supostos paramilitares, foi assassinado quando vendia produtos agrícolas no distrito de Vista Alegre do Abunã, capital de Rondônia.
Segundo a organização católica Pastoral da Terra, o camponês foi baleado por atiradores que estavam em uma motocicleta.
Segundo a CPT, Ramos vinha sendo ameaçado há algum tempo por madeireiros da região. A pressão teria piorado após ações do Ibama que resultaram em apreensão de madeira extraída ilegalmente e de cabeças de gado.
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