Por Altamiro BorgesTalvez devido à “mardita” ressaca causada pela queda nas pesquisas eleitorais e pelas defecções em sua campanha, o cambaleante Aécio Neves decidiu investir novamente contra os ativistas digitais. O “diplomático” senador mineiro está uma fera! Sua assessoria jurídica ingressou com processo contra o Twitter exigindo que revele os perfis de 66 usuários desta rede social. Segundo a ação judicial de número 1081839-36.2014, a empresa deverá apresentar, no prazo de 48 horas, os dados cadastrais e os registros eletrônicos (IP, data, hora e porta de comunicação) atrelados à criação e acessos dos 66 tuiteiros. Em caso de descumprimento, a multa será de R$ 10.070,00.
Segundo o censor-mor Aécio Neves, os tuiteiros listados “formam uma rede virtual de disseminação de mentiras e ofensas contra o autor, o que sugere uma atuação orquestrada, quiçá paga, para detrair sua honra, nome e história”. Ainda de acordo com o processo inquisitorial, “a análise do comportamento dos perfis revela indícios de atuação organizada, pois, além da promoção conjunta para disseminação de conteúdo falso ou ofensivo ao autor, as publicações são semelhantes e há redirecionamento de links entre esses perfis”. Talvez temendo a repercussão negativa do seu gesto autoritário, o ditador mineiro também solicitou segredo de Justiça, pedido que foi indeferido.
Esta não é a primeira vez que o cambaleante tucano investe contra os ativistas digitais. Na verdade, esta postura está virando mania, quase uma obsessão doentia. Em junho passado, a jornalista Rebeca Mafra, do Canal Brasil, teve a sua residência no Rio de Janeiro invadida pela polícia com base em um mandato de busca e apreensão por supostamente promover “crimes contra a honra do Senador Aécio Neves” nas redes sociais. Em janeiro, ele já havia movido ação na Justiça contra o Google e o Facebook exigindo a retirada de postagens referentes aos seus “vícios”. Conforme denunciou na ocasião o blogueiro Renato Rovai, a atitude confirmou a história de truculência do oligárquico político mineiro.
“Aécio Neves, quando governador em Minas, foi acusado por diversos jornalistas de, a partir da sua irmã, Andrea Neves, intimidar veículos e constranger a liberdade de imprensa no Estado”. Rovai postou o vídeo “Liberdade essa Palavra”, que exibe relatos de vários perseguidos – como o jornalista Marco Nascimento, ex-diretor de Jornalismo da TV Globo Minas, e Paulo Sérgio, ex-apresentador da Itatiaia Patrulha. “Um dos fatos curiosos relatados neste vídeo é o depoimento do jornalista Jorge Kajuru, que por citar privilégios a convidados do governador Aécio num jogo de futebol da seleção brasileira foi demitido ao vivo pela TV Bandeirantes. Ele acusa diretamente a irmã de Aécio, Andrea Neves, pela demissão”.
Esta nova ação contra 66 tuiteiros não causa surpresa e nem mete medo. Apenas mostra que o ditador tucano não tolera a liberdade de expressão. Ele até bravateia sobre o tema para obter os holofotes da imprensa. Cínico, ele acusa Dilma Rousseff de querer censurar a imprensa – uma baita injustiça contra a presidenta que se acovardou diante dos monopólios midiáticos. O cambaleante tucano detesta a brecha aberta pela internet e odeia as redes sociais. Ele prefere a cumplicidade da midiazona, que até hoje abafa as denúncias do “mensalão tucano” – que ela batizou de “mensalão mineiro” –, do “aecioporto” na fazenda do seu titio-avo ou do helicóptero do pó dos seus compadres da família Perrella.
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