O discurso eleitoreiro de Aécio Neves

Do blog de Zé Dirceu:

Duas páginas inteiras no jornal Folha de S.Paulo - promotor da sabatina, junto com o UOL, a rede de TV SBT e a Rádio Jovem Pan - e amplo espaço em todos os demais jornalões, e o candidato do tucanato ao Palácio do Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG), não apresentou um programa de governo. Sequer meras diretrizes. Nem mesmo prioridades. O que que é isso, gente?

E é o principal candidato da oposição, em 2º lugar de acordo com as pesquisas, na disputa eleitoral deste ano! Na sabatina, ontem, como antes e desde sempre, ele limitou-se promovida por estes veículos de comunicação, ele limitou-se a repetir críticas ao governo e a fazer frases de efeito

E nada apresentou sobre como irá resolver os problemas que aponta no Brasil. Muito menos sobre questões como a reforma política e a tributária, ou como aumentar a taxa de investimento no país, ou o que fazer com a dívida interna, a indexação de tarifas, o câmbio ou a política fiscal e monetária.

Aécio não detalha programa para não confirmar medidas impopulares
Vocês sabem a explicação para este silêncio todo dele sore isso tudo? Nós sabemos. A explicação está nas prometidas medidas impopulares que afirmou – prometeu a empresários em jantar na casa de um publicitário em São Paulo – que adotaria, caso se elegesse, tais como corte de gastos públicos, de salários e programas sociais, a retirada de direitos trabalhistas e previdenciárias, o tarifaço que ele também promete…Sem falar na brutal recessão que eles trariam ao país caso seguissem essa cartilha.

Prometeu as medidas impopulares aos empresários, em petit comitê, almoço fechado. Depois disso, quando a promessa veio a público e quanto mais ele é cobrado para detalhá-las, mais ele e todo o tucanato que o cerca se fecha. Fernando Henrique não detalha, Armínio Fraga, seu principal assessor econômico, quem sabe futuro ministro da Fazenda – caso se elegesse – também não. José Serra, voz influente em economia entre os tucanos, passa ao largo. Da Casa das Garças, o ninho de economistas do PSDB no Rio, silêncio. Se fecham em copas…

Já as declarações do candidato Aécio, ontem na sabatina, sobre o Mais Médicos e o Bolsa Família soam como pura hipocrisia. Só retórica eleitoral. Fora o fato que não explica como substituirá as dezenas de milhares de médicos cubanos (14.500 no programa, 80% cubanos) e como continuará a atender os 40 milhões de beneficiários do Mais Médicos.

Tucano sonha retomar privatizações via mudança no modelo de partilha
Na história da Petrobras e estatais, a promessa de que vai rever o modelo de partilha do pré-sal…De novo pura retórica eleitoral para não expor o programa de privatização tucano via exatamente a mudança que promete do modelo de partilha. Mas, promete mexer justo no modelo garantiu ao país a propriedade do óleo do pré sal e os bilhões de reais dos royalties para a Educação e a Saúde.

No fundo a sabatina na Folha ficou mais parecida com um discurso de palanque com claque e tudo. Sem contar que está completamente desinformado sobre o Bolsa Família. Como senador, prometeu e apresentou projeto transformando o programa em lei e política de Estado. Não leu antes, precisou agora a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, explicar que o programa já nasceu como lei e política de Estado.

Ela explicou ao candidato via site GGN do Luís Nassif. Pior: mostrou que Aécio, numa parte de combate à pobreza do programa de governo que diz ter passada ao Nassif, falou da aprovação de uma proposta sua pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) relativa ao Bolsa. A informação está errada. O projeto aprovado na CAS sobre o Bolsa é outro, não o dele, esclarece a ministra.

Mais perigoso ainda: Tereza Campello prova no e-mail enviado a Nassif e publicado por ele que o projeto do senador encerra riscos de acabar com o Bolsa. Leiam aqui, os esclarecimentos enviados a Aécio pela ministra: http://www.zedirceu.com.br/ministra-tereza-campello-inconformada-com-desinformacao-de-aecio/

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