Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
Esse modesto post se inspira em conversas que o ansioso blogueiro mantém ao longo de anos com um sábio pernambucano, Fernando Lyra.
As besteiras aqui proferidas são do ansioso blogueiro.
O que houver de inteligente é dele.
O Tempo é um cálculo mais importante para o político do que para o advogado ou o Usain Bolt.
A política brasileira vive hoje uma clara troca de gerações.
O Cerra, por exemplo, é o último político do regime autoritário – e se recusa a ir embora, a tomar o ônibus.
O Lula não conta.
É um fenômeno fora da curva e além das analises rasteiras do PiG.
Até domingo, a “nova geração” tinha duas estrelas: Eduardo Campos e Aécio.
Surgiu outra: Fernando Haddad.
Mas, Haddad está fora do campeonato federal até 2016.
Aécio perdeu o Tempo.
O Tempo dele foi 2010.
Rompia com o Cerra, rachava o PSDB e se impunha como Governador do segundo maior colégio eleitoral do país.
Perdeu o Tempo.
Agora, é um obscuro Senador e o PSDB só ganhou a eleição na GloboNews.
E tem o encosto do Cerra, que se sentiu revigorado com a derrota e “vai seguir em frente”.
As possibilidades de Aécio e do PSDB numa campanha presidencial são remotas.
Aí, entra o Eduardo Campos.
Clique aqui para ler “Eduardo é Dilma.”
Ele dá de 10 a 0 no Aécio.
Como administrador, como líder político, como jeito.
É mais Tancredo que o neto.
E faz uma carreira pelo centro, com leve, suave inclinação para a esquerda.
Pendularmente, entre o centro e a centro-esquerda.
O Tempo de Eduardo é 2014.
Em 2018 … quem sabe?
Fora do Governo de Pernambuco, com o Haddad e outros postes no caminho…
Mas, Eduardo não vai sair candidato a Presidente só com o PSB.
Não tem tempo de tevê, bala, nem penetração nacional.
Ele só sairia presidente se o Aécio trouxesse o PSDB, e aceitasse ser vice.
Aí, seria um estrago sério à Dilma.
Vinham o PTB, o PR, o PDT, os DEMOs, ainda mais agora que a Cristiana Globo descobriu que o ACM, a vanguarda do atraso – II, é um inovador!
Mas, o Aécio tem que tomar o PSDB e aceitar ser vice.
E fazer São Paulo curvar-se a Minas e, mais ainda, a Pernambuco.
Senão, o Eduardo não sai.
E, aí, se sair, e se a coisa ficar complicada, o Lula, agora mais forte ainda – ele só perdeu na GloboNews –, pede licença à Dilma e concorre contra o Eduardo.
Porque ele já prometeu que um tucano não volta ao Palácio do Planalto – nem como vice.
Se o Aécio não trouxer o PSDB e não quiser ser vice, aí o Eduardo fica onde está.
Leal e fiel à Dilma, como tem sido o PSB, desde que o Lula foi candidato em 1989 e o presidente do partido era Miguel Arraes.
Pernambuco tem o direito de aspirar à Presidência?
Claro!
(Lula é um híbrido.)
É uma questão de Tempo.
2014?
Parece difícil.
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