Geral
O fenômeno Facebook
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O Facebook realizará este ano sua esperada abertura de capital. A empresa deve ser avaliada, segundo analistas, na casa dos US$ 100 bilhões. Há, em seu valor de mercado, muita expectativa de crescimento futuro nos lucros. O potencial é realmente fantástico quando se leva em conta seus quase um bilhão de usuários, todos voluntariamente expondo ao site seus gostos e preferências. Ainda há formas hoje desconhecidas para se explorar este gigantesco banco de dados com propaganda e outros serviços.
Não é possível afirmar ainda se este valor elevado fará jus aos lucros futuros ou se o Facebook sinaliza uma nova etapa de bolha tecnológica. O que se pode dizer é que seu crescimento meteórico é um fenômeno que ilustra bem o dinamismo capitalista na era da informação. Várias empresas nasceram em garagens ou em dormitórios de universidades, usando capital limitado e escasso no primeiro momento, para depois se tornarem concorrentes de peso que ameaçam gigantes estabelecidos.
A tecnologia é um dos setores com menor intervenção estatal, com mais concorrência, e com forte presença de capitalistas ávidos por retornos fantásticos. Uma combinação interessante, que por tentativa e erro (e inúmeros defuntos no caminho) acaba produzindo os novos vencedores que mudam a cara da modernidade. A “destruição criadora” de que falava Schumpeter encontra neste setor seu ambiente mais fértil. Por isso há tanta novidade, tanto crescimento, tanto avanço e, pasmem!, preços declinantes para os consumidores. É o capitalismo em sua essência funcionando para melhorar a vida das pessoas.
Apenas a título de curiosidade, o Facebook, se for avaliado em US$ 100 bilhões mesmo, terá a metade do valor da GE, empresa centenária com quase 300 mil funcionários (o Facebook tem pouco mais de 3 mil). A Coca Cola vale US$ 150 bilhões e tem 140 mil funcionários. A IBM, com seus mais de 400 mil funcionários, fatura US$ 100 bilhões, lucra US$ 15 bilhões, mas vale “apenas” pouco mais de US$ 200 bilhões. Microsoft vale US$ 250 bilhões, Oracle vale US$ 150 bilhões, Intel vale US$ 135 bilhões e Google vale quase US$ 200 bilhões. A Apple vale mais de US$ 400 bilhões (grande Steve Jobs!).
Os gigantes de hoje podem ser os nanicos de amanhã. Não há garantias de sobrevivência. É preciso estar o tempo todo na vanguarda do progresso, atendendo da melhor forma possível a demanda, ou melhor, criando nova demanda ainda desconhecida! O fenômeno Facebook ilustra bem esta realidade.
PS: Aqueles demagogos que atacam os 1% mais ricos, como se fossem um grupo estanque, ignoram estes dados, não sabem como é concorrida e arriscada a vida dos empreendedores, e, acima de tudo, pensam que riqueza é um bolo fixo que deve ser dividido de forma mais “justa”, enquanto outros inovam justamente para
criar riqueza nova e tornar o mundo um lugar melhor. Se ao menos estes contassem com um ambiente mais amigável de negócios e com menos intervenção estatal... que mundo melhor poderíamos ter!
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