A última segunda-feira, 21 de abril, marcou os 25 anos do lançamento do Game Boy, aparelho portátil da Nintendo. As primeiras 300 mil unidades esgotaram-se em poucos dias no Japão, com o lançamento norte-americano ocorrendo quatro meses depois, no fim de julho de 1989.
Gunpei Yokoi, criador do Game Boy, começou a pensar na ideia de criar um videogame portátil durante uma viagem de metrô. Percebeu que um executivo passava o tempo apertando as teclas da sua calculadora portátil a esmo e pensou que poderia fazer algo mais interessante com a mesma tela de cristal líquido e alguns botões.
O primeiro Game Boy, se comparado aos seus sucessores diretos como o Nintendo 3DS ou o Sony PS Vita, era um tijolo de plástico bege com tela monocromática movido a quatro pilhas de tamanho AA. As pilhas duravam cerca de 30 horas e implicavam um gasto considerável, em uma época de pilhas recarregáveis caras e difíceis de encontrar, mas toda a despesa valia a pena.
Tive a sorte de ganhar um Game Boy de presente pouco depois do lançamento nos Estados Unidos, e a possibilidade de trocar de jogos, comprar outros cartuchos, era intrigante. Até então as horas do recreio eram preenchidas por joguinhos como os Game & Watch da mesma Nintendo ou os portáteis da Tiger, mas os gráficos eram simples e os jogos logo perdiam a graça.
O Game Boy era diferente, desde o som característico emitido ao ser ligado. Era possível jogar contra outros amigos mediante um cabo especial, e muitas tardes foram gastas em campeonatos de Tetris, mas o melhor do Game Boy, tanto para uma criança quanto para os pais, era que a tevê da casa ficava livre para os adultos e assim os filhos podiam jogar videogame por mais tempo sem testar a paciência de ninguém.
O mercado de portáteis ainda existe e a Nintendo domina o segmento com o 3DS, mas o Game Boy continua vivo nos emuladores que podem ser rodados na maioria dos smartphones, permitindo matar as saudades de jogos como Dr. Mario ou Mario Tennis. E estes nem sequer precisam de quatro novas pilhas AA a cada 30 horas.
fonte:http://www.cartacapital.com.br/revista/797/o-fusca-dos-games-7482.html