O futuro do Occupy Wall Street
Geral

O futuro do Occupy Wall Street


Por Marina Terra, no sítio Opera Mundi:

A Primavera Árabe tem como herói o jovem tunisiano Mohamed Bouazizi, cuja morte após uma autoimolação, em 4 de janeiro de 2011, acendeu a fagulha das transformações populares vividas na região. Em Nova York, porém, é provável que um vilão se torne o símbolo do movimento Occupy Wall Street, em crescimento desde a sua criação, há dois meses.

Michael Bloomberg, dono da 12ª maior fortuna dos Estados Unidos (avaliada em 20 bilhões de dólares), personifica tudo aquilo a que os manifestantes se opõem. Prefeito pela terceira vez consecutiva, após a passagem de uma emenda à Constituição local em 2008, que permite a reeleição indefinida em Nova York, Bloomberg fez de tudo para que sua administração favorecesse o 1% da população.

Ex-parceiro dos bancos de investimentos Salomon Brothers, responsável pela venda dos primeiros títulos derivados de hipotecas nos EUA e Lehman Brothers, que declarou concordata em 2008, o hoje político independente – Bloomberg teve passagens pelos partidos Democrata e Republicano – tem em Wall Street seu centro de influência e atuação. Ele chegou a dizer, ao criticar o Occupy Wall Street, que os bancos não eram responsáveis pela crise. “O Congresso que obrigou as pessoas a comprarem esses títulos”, afirmou.

E, para proteger essa fatia privilegiada, Bloomberg agiu como o mais tradicional dos ditadores, recorrendo à polícia, também parte do 99% representado pelo Occupy e a uma fantasia de democracia e legalidade, evidenciada em seu primeiro discurso após a ação: “eles agora terão de ocupar com o poder de seus argumentos”.

A armadilha estava feita. A violenta ação de terça-feira (15/11) no Parque Zucotti, onde o movimento havia montado acampamento em agosto, conseguiu provocar o efeito inverso ao esperado pelo prefeito.

Com o futuro ainda incerto, frente ao inverno que se aproxima no Hemisfério Norte, o Occupy Wall Street sabia da inviabilidade da permanência do acampamento a céu aberto e ainda formulava alternativas de resistência que excluíssem as ocupações. Só que a repressão a cacetetes e bombas de gás lacrimogêneo, divulgada ao redor do mundo, injetou ainda mais ânimo e legitimidade ao movimento, que realizou neste quinta-feira (17/11) uma das maiores demonstrações de coesão e força já vistas até hoje.

Criticado por não ter objetivos concretos e a curto prazo, o Occupy Wall Street tem a chance de concentrar suas forças não na imediata extinção de um sistema blindado e ainda extremamente poderoso, mas num dos principais filhotes dele. Combater Bloomberg e, em um cenário ideal, derrubá-lo do poder, poderia trazer o tipo de catarse experimentada pelos egípcios naquela noite de inverno na Praça Tahrir.

Seria uma enorme derrota para Wall Street.




- Operação De Guerra Em Nova York
http://www.guardian.co.uk/news/blog/2011/nov/15/occupy-wall-street-police-action-livePor William Maia, no sítio Opera Mundi: Uma operação da polícia de Nova York pôs fim ao acampamento do movimento Occupy Wall Street, que há mais de dois meses ocupava...

- Alerta: Repressão Em Wall Street
Por Altamiro Borges Após criar forte clima de tensão, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, recuou hoje pela manhã da sua idéia de desocupar à força o Parque Zuccotti, onde estão acampados milhares de manifestantes do movimento “Ocupe Wall...

- Protestos Se Espalham Pelos Eua
Do sítio Opera Mundi: Um grupo de ativistas se reuniu neste sábado (01/10) em Washington para levar à capital norte-americana os protestos contra Wall Street e o Congresso daquele país, que começaram em Nova York e estão se espalhando para outras...

- Chomsky Apóia Protestos Em Wall Street
Por Noam Chomsky, no sítio do Ocuppy Wall Street: Quem tenha olhos para ver conhece o gangsterismo de Wall Street - das instituições financeiras em geral - e sabe que causou grave dano ao povo dos EUA (e do mundo). Deve saber também que tem sido isso,...

- Multidão Toma Ruas Na Europa E Eua
Do sítio Sul21: Na manhã deste sábado (17), centenas de pessoas se concentraram nas imediações da Bolsa de Valores de Madrid para protestar contra o mercado financeiro do país. A reivindicação faz parte da iniciativa conhecida como “Occupy Wall...



Geral








.