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Marcio Baraldi |
Por Altamiro BorgesNa semana passada, o Bradesco, segundo maior banco do país, divulgou o seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano: R$ 4,244 bilhões. Na comparação com o mesmo período de 2014, a instituição privada teve um aumento de 23,3% nos lucros. Em relação aos três meses anteriores, o incremento foi de 6,3%. Ao apresentar o balanço financeiro do primeiro trimestre, o Bradesco também informou, candidamente, que demitiu 4,5 mil funcionários em um ano. E ainda tem banqueiro que reclama da crise econômica, exige mais arrocho monetário e fiscal e aplaude as marchas golpistas que exigem o impeachment da presidenta Dilma. No paraíso da agiotagem financeira, eles reclamam de barriga cheia!
Ainda de acordo com o balanço, a carteira de crédito expandida do banco alcançou R$ 463,305 bilhões ao final de março, cifra 1,8% superior ao término de dezembro. “A expansão do crédito nos três primeiros meses do ano foi motivada pela pessoa jurídica. Os empréstimos para este público somaram R$ 321,254 bilhões, com elevação de 2,4% em relação ao trimestre anterior e 7,2% em um ano. Na pessoa física, o Bradesco totalizou saldo de R$ 142,051 bilhões, aumento de 0,4% e 7,1%, respectivamente. O banco encerrou março com R$ 1,035 trilhão de ativos, cifra 12,2% maior que a registrada em um ano, de R$ 922,229 bilhões”, descreve o jornal Estadão de quarta-feira (29).
Apesar do terrorismo midiático sobre a crise econômica, o Bradesco informou que mantém todas as projeções de crédito e das demais linhas de desempenho para 2015. A carteira de crédito expandida deve avançar de 5% a 7% no ano. “O banco espera que o maior crescimento do crédito venha de pessoas físicas, cujos empréstimos neste ano devem avançar de 8% a 12%... Na pessoa jurídica, a expectativa do banco é de que o crédito cresça no mínimo 4% e no máximo 8% em 2015... O Bradesco espera que sua margem financeira cresça de 6% a 10% em 2015. Já as receitas com prestação de serviços do banco devem avançar no mínimo 8% e no máximo 12% em 2015”.
Enquanto o banco festeja os altos lucros, os explorados da instituição lamentam o desemprego e o arrocho salarial. Na linguagem cínica do Estadão, “o Bradesco cortou 4.569 colaboradores em um ano”. No mesmo período, 17 agências foram fechadas. Atualmente, a instituição privada explora 95 mil bancários, que recebem os piores salários do setor. De janeiro a março, as despesas de pessoal do Bradesco totalizaram R$ 3,445 bilhões, uma queda de 6,3% ante o quarto trimestre de 2014. E se depender dos banqueiros, a situação dos trabalhadores vai piorar ainda mais - com a aprovação no Congresso Nacional do projeto que generaliza a terceirização para as atividades-fim.
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