O mundo aos pés da Netflix
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O mundo aos pés da Netflix



Principal expoente do conceito de vídeo sob demanda, a Netflix ganhou fama quando ofereceu aos espectadores o poder de escolher o que, quando e em qual tela assistir a um determinado conteúdo. Na quarta-feira 6, a companhia americana voltou a prender a atenção da audiência. O palco escolhido foi a Consumer Electronics Show, maior feira mundial de eletroeletrônicos, que aconteceu na semana passada, em Las Vegas, nos EUA. A empresa surpreendeu o mercado ao anunciar sua chegada a 130 novos países, totalizando mais de 190, quase todos do mundo.
Trata-se da maior expansão desde que a Netflix iniciou sua escalada internacional, em 2010. ?Hoje vocês estão testemunhando o nascimento de uma nova rede mundial de TV por internet", afirmou Reed Hastings, CEO e cofundador do Netflix, durante o evento. Com o anúncio, a Netflix retomou a confiança dos investidores. Apesar de uma valorização de 144% em 2015, os papéis da companhia vinham em queda desde o fim do ano. Mas encerraram o pregão da Nasdaq na quarta-feira com alta de 9%.
Nem mesmo a ausência da China entre as novas operações foi capaz de esfriar os ânimos do mercado. Hastings disse que a empresa continua a buscar alternativas com o governo local para entrar nos limites da Grande Muralha. Os novos pontos no mapa incluem mercados com um volume expressivo de potenciais usuários, como Índia e Rússia. A expectativa é que a cobertura mais ampla favoreça os acordos globais com os produtores de conteúdo. Hoje, por limitações de contratos, a oferta da Netflix não é uniforme em todos os países.
No evento, a Netflix também reforçou a aposta em produções originais como um dos principais focos da empresa. Para 2016, o plano é lançar mais de 80 produções, entre séries, filmes e documentários. Em relatório, a consultoria americana Zacks Investment Research ressaltou que o novo passo eleva o nível de competição para rivais da Netflix como o Hulu. Em contrapartida, destacou a possibilidade de a empresa ter avançado mais rápido do que o recomendável. ?Os custos de operação e de aquisição de conteúdos vão se tornar astronômicos?, escreveu.
À parte de possíveis interferências, alguns números já atestam o avanço do modelo de vídeo sob demanda. ?Os consumidores têm uma péssima percepção dos serviços tradicionais de tevê?, diz André Gualda, especialista do Consumer Labs da Ericsson na América Latina. Ele diz que o consumo de vídeo sob demanda está deixando de ser um hábito esporádico. Globalmente, 53% dos usuários acessam esses serviços diariamente, segundo um estudo da Ericsson. No Brasil, 25% dos consumidores que nunca contrataram um serviço de TV por assinatura já estão pagando por serviços como a Netflix.

fonte:http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/mercado-digital/20160108/por-que-mundo-esta-aos-pes-netflix/332215




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