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Por Luciana Taddeo, no sítio Opera Mundi:Em um segundo discurso realizado na noite desta quarta-feira (12/02), após as mortes registradas hoje em Caracas, o presidente Nicolás Maduro afirmou que há “um golpe de Estado em desenvolvimento na Venezuela”. O chefe de Estado venezuelano pediu a união do povo e das Forças Armadas do país, além da solidariedade dos países da América Latina e do Caribe.
“Hoje temos o coração ferido, porque por responsabilidade de um grupo de fascistas correu sangue de homens, de jovens venezuelanos. Mas aqui estamos, chamo toda a Venezuela a se unir para repudiar a violência, os fascistas, os que queiram nos impor a intolerância e o ódio”, disse Maduro, após um desfile em comemoração do bicentenário de uma efeméride do processo independentista do país.
O presidente venezuelano mencionou um áudio difundido na noite desta terça (11/02) em um programa da emissora estatal VTV, cujas vozes são atribuídas ao ex-embaixador na Colômbia e no Brasil, Fernando Gerbasi, e ao ex-chefe da Casa Militar de Carlos Andrés Pérez, Iván Carratú Molina. Segundo Maduro, a Promotoria Geral da República emitiu uma ordem de captura contra os dois.
“Como eles sabiam que ia ter mortos hoje na Venezuela?”, questionou o mandatário sobre o áudio, no qual a voz atribuída ao ex-diplomata afirma que lhe informam “que é algo muito similar ao 11 de abril [de 2002]”, quando um golpe tirou o falecido Hugo Chávez do poder por cerca de 48 horas, após mortes em marchas.
“Me deram a mesma recomendação que me deram na outra vez, não fique na primeira fila, se mantenha pelos lados”, diz a voz, afirmando que a informação vem da mesma fonte. Segundo o apresentador do programa, o áudio teria sido mandado por pessoas ligadas ao setores opositores “que já estão cansados da incitação à violência”.
Gerbasi afirmou, por meio de seu perfil no Twitter, que o áudio é falso. "Estou bem. Essa conversa com Ivan Carratu é falsa, nunca falei com ele. Querem criar matriz de opinião".
Maduro se referiu à coletiva de imprensa concedida há pouco por líderes opositores. “Um dos fascistas acaba de declarar que vão pra rua e não vão sair até que derrubem o governo de Nicolás Maduro”, expressou, falando em “insolência”. O presidente disse que haverá justiça pelas três mortes registradas nesta quarta.
OposiçãoO dirigente opositor Leopoldo López, foi um dos que escreveu em seu perfil no Twitter que houve ações contra os manifestantes ao fim da jornada e “há feridos”. A maior parte da marcha, no entanto, transcorreu em tranquilidade. Aos cantos de “vai cair, vai cair”, os manifestantes rechaçavam a prisão de estudantes após um protesto com distúrbios no estado venezuelano de Táchira e rechaçavam a administração de Maduro.
Mais tarde, ele culpou diretamente Maduro pelos assassinatos. “Os autores da violência, dos mortos, feridos, são aqueles que estão governando e responsabilizamos Maduro”. Em coletiva de imprensa dada ao lado de outros líderes opositores, López disse: “Poderão prender todos nós, mas essa onda está crescendo. Saiba, senhor Maduro, seguirá crescendo até atingir seu objetivo”.
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