O PAMONHA E O REPOLHINHO
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O PAMONHA E O REPOLHINHO


Como estamos numa semana meio musical (lista de melhores musicais, Carpenters), não sei porquê, já que não entendo bulhufas de música, reproduzo aqui uma crônica de uns sete anos atrás. O diálogo é 100% politicamente incorreto e demonstra a minha total ignorância – com a participação especial do maridão, lógico.


DIÁLOGOS MUSICAIS


Enquanto jogávamos dominó, eu e o maridão ouvíamos um cd que ele havia
gravado da Internet. Tocou algo chamado "Diz que fui por aí" e, como meu conhecimento musical se limita a Chico Buarque e Beatles, perguntei ao maridão:

– De quem é isso daí?

– É do Zé Ketti, mas quem tá cantando é o Luiz Melodia.

– Sei. Ahn, cê me perdoa, mas esse Zé Ketti é meio obscuro, né não?

– Obscuro?! Ele é o criador de "Máscara Negra"! Obscuro! Só porque ele é negro? Racista!

– Ele é negro? Pensei que fosse gaúcho.

– Gaúcho?! Você conhece algum gaúcho chamado Zé?!

– Ué, um monte. Pensei que ele fosse parceiro do Kleiton e Kleidir.

– Isso é ridículo! Ó, por favor, não repete isso em público.

– Amor, olha, sei que você gosta dele, mas hoje esse nome soa tão conhecido como um que vi ontem na TV, Kelly Key alguma coisa. Zé Ketti, Kelly Key, dá na mesma.

– Kelly quem?

– Até gostaria de usar este nosso diálogo numa crônica, mas ninguém ia entender. Não conheço mais ninguém que conhece Zé Ketti, fora você e esse Zé Melodia.

– Zé Melodia?! Quem é, outro gaúcho? É Luiz Melodia!

Felizmente, o cd passou a tocar outra canção e pudemos mudar de assunto. Desta vez era algo menos famoso do Gonzaguinha, o que me levou a dizer:

– Eu gosto é de "Explode Coração". Já devo ter te dito isso, mas não adianta, você não grava pra mim.

– É que você não pegava micro-ônibus na época. Nunca vi música mais tocada! Não agüentava mais. Naqueles tempos eu comecei a odiar a Maria Bethânia e a entender os homens-bomba dentro dos ônibus.

Mas o momento romântico da nossa conversa veio quando o Arrigo Barnabé mais berrava do que cantava "Clara Crocodilo". Tem uma hora nessa música muito estranha e representativa do underground paulistano em que o pessoal fala "Ajuda a Clara, seu canalha", seguido de "Olha o holofote no olho / Você não passa de um repolho". Eu e o maridão nos encaramos ao mesmo tempo e exclamamos: "Repolho é legal!". Viu que sintonia? Agora ele só me chama de meu repolhinho.





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