|
Robert Garcia - www.rebelion.org |
Por Altamiro BorgesO Papai Noel existe sim e é muito dadivoso. Que o digam os banqueiros da Europa e EUA, que receberam generosos presentes de Natal nos últimos dias – apesar de todas as suas sacanagens. É certo que milhões de trabalhadores europeus, desempregados, desalojados e desesperados, não terão um final de ano feliz – nem mesmo um 2012 feliz. Mas os banqueiros estão a salvo!
Presente de 1,2 trilhão de reaisNesta semana, o Banco Central Europeu (BCE) concedeu empréstimo de 489,2 bilhões de euros (cerca de 1,2 trilhão de reais) para 523 instituições rentistas do velho continente. Os juros são os mais baixos do mercado (1% ao ano), os prazos de pagamento são longos e as regras para uso do dinheiro público são flexíveis, nos marcos da libertinagem financeira neoliberal. Um presentão!
“Praticamente 100% dos bancos dos 17 países que utilizam a moeda comum européia correram ao guichê do BCE para obter um total de € 489,2 bilhões na primeira operação que a autoridade monetária fez com prazo de três anos. A demanda dos bancos foi duas vezes maior do que previsto pelo mercado”, relata o jornal Valor, surpreso com a agilidade dos banqueiros.
O povo que se dane!Animado com o presentão de Natal, o jornal também informa que “em fevereiro de 2012, haverá outra rodada de financiamento do BCE nas mesmas condições, quando ficará mais claro até que ponto chega o apetite dos bancos. Ou seja, a operação de ontem dissipa o risco de crise de liquidez no começo de 2012”. Só não dissipa a tragédia das famílias desempregadas e desesperadas!
Como adverte a Folha, nada indica que o socorro aos bancos vai recuperar a economia européia. Um empréstimo semelhante foi feito pelo BCE em 2009, de 442 bilhões de euros, e não deu em nada. Os banqueiros embolsaram a grana e a sociedade ficou mais miserável. A tendência é que agora os 523 bancos também usem “a maior parte do dinheiro para se proteger”. Dane-se o povo!
Os caloteiros são perdoadosNos EUA, a situação é a mesma. O espírito natalino abençoou os banqueiros e o Papai Noel continua com as suas ações generosas. Após bilionários empréstimos aos bancos, agora o governo Obama decidiu reduzir as punições aos caloteiros. Na semana passada, quatro ex-executivos do Washington Mutual (WaMu), grande banco ianque que faliu em 2008, tiveram suas dívidas perdoadas.
A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, que garante os depósitos nos bancos dos EUA) tinha processado os quatro por crimes financeiros, já que “eles sabiam que o mercado imobiliário caracterizava uma bolha". A FDIC queria recuperar US$ 900 milhões, mas os executivos acabaram fechando acordo por US$ 64 milhões, dos quais arcarão com apenas US$ 400 mil.
Como ironiza Simon Johnson, num texto no jornal Valor, “Papai Noel chegou mais cedo neste ano... Os executivos levam a melhor quando as coisas vão bem e quando riscos se concretizam eles nada (ou quase nada) perdem”. Enquanto isso, a crise resultou em 8 milhões de desempregados nos EUA. Os banqueiros terão, novamente, um farto Natal. Já os trabalhadores...
Por Altamiro Borges Os banqueiros são insaciáveis. Lucram quando a economia está em dificuldades, elevando os juros e demitindo trabalhadores. Lucram quando a economia cresce, abusando das tarifas e da agiotagem no crédito. E lucram, até, quando...
Por Altamiro Borges Num gesto típico de provocação, os bilionários banqueiros apresentaram nesta sexta-feira (4) uma contraproposta de menos de 1% de aumento real para os 450 mil assalariados do setor. A merreca foi rejeitada imediatamente pela Confederação...
Por Altamiro Borges A União Europeia aprovou nesta semana os chamados “planos de reestruturação” para quatro bancos da Espanha. Ao todo, eles receberão cerca de 37 bilhões de euros – o equivalente a 100 bilhões de reais. A ajuda financeira,...
Por Altamiro Borges Temendo o forte desgaste na sociedade, a Associação de Bancos da Espanha anunciou nesta semana que não promoverá despejos por inadimplência no pagamento de hipotecas pelos próximos dois anos. Segundo o cínico comunicado oficial...
Primeiro, foi a "operação Furacão", por suspeita de graves infracções de fuga ao fisco e lavagem de dinheiro, em conluio entre bancos e empresas. Depois, foi a descoberta das tranquibérnias no BCP. Agora, sabe-se das tramóias descobertas no BPN,...