O Paraguai e o Mercosul bolivariano - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR
Geral

O Paraguai e o Mercosul bolivariano - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR


GAZETA DO POVO - PR - 25/07

O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, age com coerência ao afirmar que seu país não retornará ao bloco enquanto a presidência estiver com a Venezuela, cuja entrada ocorreu à revelia de Assunção


No dia 15 de agosto, com a posse do novo presidente paraguaio, Horacio Cartes, o Paraguai estaria liberado para retornar ao Mercosul, do qual foi injustamente suspenso em junho de 2012, após o impeachment relâmpago de Fernando Lugo. Mas Cartes já avisou que não aceitará participar do teatrinho bolivariano que seus colegas de bloco lhe armaram ? afinal, a presidência do Mercosul está justamente nas mãos da Venezuela, a cuja entrada Assunção sempre se opôs. Só no fim do ano, quando os venezuelanos passarem o bastão adiante, o Paraguai deverá ?pensar no caso? e anunciar se volta para ficar.

Vale a pena recordar a história da suspensão paraguaia. Lugo foi deposto em um processo que, apesar de sua extrema e questionável velocidade, não desrespeitou a mal redigida Constituição paraguaia. Em um primeiro momento, o próprio Lugo disse submeter-se à decisão dos senadores, apesar de discordar do veredicto; só quando sentiu o apoio de colegas sul-americanos ? como a argentina Cristina Kirchner, o equatoriano Rafael Correa, o boliviano Evo Morales e o falecido Hugo Chávez, caudilho venezuelano ?, o ex-bispo resolveu endurecer e formar um ?governo paralelo?.

No fim de junho de 2012, alegando que o Paraguai havia descumprido a cláusula democrática do Mercosul, os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e José Mujica suspenderam o Paraguai. Na mesma reunião, foi aprovado o ingresso dos venezuelanos no bloco, uma decisão absurda por vários motivos. O primeiro é o fato de a Venezuela estar muito longe de ser uma nação democrática ? não o era na época de Chávez, e continua não o sendo sob Nicolás Maduro. A decisão dos presidentes de Brasil, Argentina e Uruguai mostrou que o Protocolo sobre Compromisso Democrático tem aplicação seletiva, sendo ignorado quando se trata de afagar parceiros ideológicos. Além disso, as regras do Mercosul exigem a concordância de todos os membros quando se trata de aceitar a entrada de um novo país. O Paraguai estava suspenso, mas não excluído do bloco, e portanto precisaria ser ouvido, o que não ocorreu, lançando dúvidas sobre a própria legalidade do ingresso da Venezuela. É o que afirmou Cartes em seu comunicado, alegando que a entrada dos venezuelanos não ocorreu ?de acordo com as normas legais?. ?O mero transcurso do tempo ou decisões políticas posteriores não restabelecem, por si, o império do Direito?, acrescentou.

A presidência do Mercosul é rotativa, exercida por períodos de seis meses. O Paraguai deveria ter assumido a função no primeiro semestre de 2013, mas, como estava suspenso, a presidência passou ao Uruguai, que a transmitiu à Venezuela no último dia 12. Isso significa que a ?reintegração? do Paraguai ocorreria justamente sob a liderança do país cuja própria presença no Mercosul os paraguaios questionam. Não surpreende, portanto, a negativa de Cartes.

Esse período ainda vai servir para os paraguaios repensarem a conveniência de estar no Mercosul, um bloco que deveria estimular o comércio comum entre seus membros, mas que ultimamente vem observando uma escalada protecionista, especialmente por parte da Argentina. Curiosamente, as exportações paraguaias aos ex-parceiros no primeiro semestre de 2013 subiram 40% em relação ao mesmo período de 2012. E o país já é membro observador da Aliança do Pacífico, um novo bloco formado por Colômbia, Peru, México e Chile (os dois últimos são as únicas nações latino-americanas a fazer parte da OCDE, conhecida como o ?clube dos países desenvolvidos?) e que também conta com Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Espanha, Portugal e China entre os observadores. Se a Aliança efetivamente decolar como promotor do comércio internacional entre esses países, o Paraguai certamente verá mais vantagens em subir nesse novo barco que em permanecer amarrado a um bloco que hoje parece mais ideológico que econômico.






- A Chanchada Do Mercosul - Editorial O EstadÃo
O ESTADO DE S. PAULO - 20/07Caudatários de uma ideologia em que a farsa substitui a história, os dirigentes de Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai acreditaram que fosse possível, na base do caradurismo, adulterar a narrativa dos acontecimentos para...

- Dilma Comete Gafe Diplomática Ao Falar Sobre Pressão Contra O Governo
  A afirmação da presidente Dilma Rousseff, de que está sofrendo pressão por um ?golpe à paraguaia?, desagradou ao governo do país vizinho e abriu uma crise diplomática. A chancelaria do Paraguai emitiu nota repudiando a referência de...

- Mercosul Negocia Adesão Do Equador
Do sítio Vermelho: Um mês depois de a Venezuela ser incorporada ao Mercosul, é a vez de o Equador intensificar as negociações para o ingresso no bloco. Até o dia 15 de setembro, está prevista a primeira reunião de um grupo de trabalho que irá...

- Golpista Negocia Base Dos Eua No Paraguai
Do jornal Brasil de Fato: O presidente da comissão da Defesa Nacional, Segurança e Ordem Interna da Câmara de Deputados do Paraguai, José López Chavez, anunciou na sexta-feira (06) que negocia a possibilidade de instalar uma base militar estadunidense...

- Paraguai Sai E Venezuela Entra
Por Altamiro Borges O golpe relâmpago no Paraguai já produziu os seus primeiros efeitos no bloco de integração regional da América do Sul. A reunião do Mercosul em Mendoza, na Argentina, encerrada hoje à tarde, decidiu suspender o Paraguai até...



Geral








.