O relógio não para - AGOSTINHO GUERREIRO
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O relógio não para - AGOSTINHO GUERREIRO


O GLOBO - 16/07
Parece que foi ontem, mas foi em 2007 a escolha do Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014. A um ano da realização de um dos maiores eventos do mundo, há ainda muito o que fazer. A Copa das Confederações foi só uma demonstração: apenas seis estádios prontos, pouca ou nenhuma modificação na mobilidade urbana das cidades que receberam os jogos, correria na organização. Houve ainda o dado novo com os protestos pedindo mais transparência dos gastos com o mundial e confrontos que deixaram pessoas feridas, despertando a atenção para as estratégias de segurança e inteligência que serão aplicadas nos eventos.

Seis anos desde a escolha se passaram, e o que se vê hoje é o resultado da falta de um planejamento integrado e de projetos que saiam do papel já estruturados, com sugestões da comunidade técnica e da sociedade. Esse atropelamento nos preparativos é um sintoma daquilo que tem levado muitos brasileiros às ruas: a ineficiência da fiscalização do poder público, a ausência de responsabilidade com gastos e a pouca atenção dada, nas últimas décadas, para o planejamento urbano e desenvolvimento das cidades.

Chegamos, portanto, a uma situação em que as ruas pedem mudanças expressivas e imediatas das regras do jogo em questões que demandam tempo e cautela para serem resolvidas. A resposta a isso é um desafio para os governantes: é preciso mudar já, mas de forma pensada e ponderada.

Sendo assim, além da moralização dos gastos públicos, é prioritário dar continuidade aos investimentos no transporte.

No Rio de Janeiro, a construção de BRTs - corrigindo seus atuais problemas -, de novas linhas para o metrô e a reforma mais do que bem-vinda do Galeão são alguns pontos cruciais para que não passemos vexame como anfitriões.

O prazo entre a escolha do país-sede e a realização do evento era mais do que suficiente para implantarmos boa parte do que nos comprometemos a fazer em 2007.

Afinal, o grande objetivo de receber competições deste porte deveria ser transformar o impacto turístico e de imagem que uma Copa do Mundo oferece para trazer um legado para os moradores do país, melhorando a qualidade de vida e a autoestima de seus habitantes.

A Copa da Alemanha foi um grande exemplo de como o país se livrou de vez de uma imagem negativa ligada, ainda, à Segunda Guerra Mundial; já a de 2010 deixou como herança para a África do Sul caros equipamentos esportivos que dificilmente cobrirão seus custos.

O que poderia se transformar em uma grande virada para o planejamento de grandes intervenções no Brasil, trazendo como legado mais transparência e o resgate da valorização do planejamento e da cultura técnica no país, infelizmente não se concretizou. Resta agora correr atrás do tempo perdido com seriedade e profissionalismo.




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