O resgate da infraestrutura - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR
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GAZETA DO POVO - PR - 24/10

A audiência pública sobre as melhorias no Porto de Paranaguá é uma evidência do bem que pode surgir quando se age em conjunto


Se perguntarmos hoje para economistas, engenheiros, empresários ou políticos qual é um dos maiores entraves para o crescimento econômico do Brasil, e se esta mesma pergunta fosse feita também 30 anos atrás, a resposta seria sempre a mesma: a falta de infraestrutura em portos, ferrovias, rodovias e aeroportos. Trata-se de um cenário que todos conhecem, mas que em 30 anos evoluiu muito pouco. Não é possível seguir apenas no campo da reclamação; é preciso agir de forma conjunta e alinhada. E, hoje, temos uma grande oportunidade para reverter a situação. Nunca se falou tanto em infraestrutura como nos últimos tempos. O poder público ? seja federal e estadual, nos poderes Executivo e Legislativo ? finalmente colocou esse tema na pauta de discussões e, principalmente, de ações. E o Paraná teve mais uma evidência do bem que pode surgir quando se age em conjunto dias atrás, em Paranaguá.

Em nosso estado, contribui para esse movimento uma grande mobilização das entidades representativas, que estão debruçadas sobre a questão. O Fórum Permanente de Desenvolvimento, por exemplo, vem discutindo temas como a infraestrutura com visão de curto, médio e longo prazo, com visão de Estado e não de governo. Um trabalho focado sempre em questões técnicas, político-institucionais, e nunca político-partidárias. Soma-se a esse alinhamento de informações e prioridades um diálogo aberto com o poder público, que tem sido bastante receptivo a essas questões, tanto na esfera federal como na estadual.

Um belo exemplo dessa atuação conjunta em torno das principais necessidades da população e do empresariado do Paraná foi a audiência pública que reuniu em Paranaguá mais de 600 pessoas, que contribuíram com sugestões de melhorias do projeto de arrendamento de áreas e de investimentos no principal porto paranaense. Melhorar a estrutura do Porto de Paranaguá é a prioridade número um, tanto para o escoamento de nossa produção do agronegócio quanto para a movimentação de cargas dos mais diversos setores industriais.

Com bom senso, consenso e alinhamento, foram discutidas, durante mais de cinco horas de audiência, todas as questões técnicas e os investimentos que precisam ser executados para garantir o crescimento de nosso porto. O debate envolveu toda a comunidade portuária, todas as entidades representativas e o poder público. Como foi dito por um integrante da mesa de autoridades, que relatou já ter participado de várias audiências similares, ?esta, em Paranaguá, foi uma das melhores pelo conteúdo apresentado e comprometimento dos participantes?.

Essa é uma excelente mostra de que, quando as questões técnicas se sobrepõem a questões políticas e quando a visão do todo se sobrepõe à visão individual, os resultados são possíveis. A única forma de evoluir e viabilizar as obras necessárias para aprimorar nossa infraestrutura é por meio da união ? união do poder público com as entidades representativas e com toda a sociedade, cada um abrindo mão de interesses pessoais e específicos de um setor, em prol de interesses da coletividade.

Apesar dos avanços alcançados recentemente, grandes desafios ainda têm de ser vencidos. Entre eles, a necessidade de se agilizar os processos burocráticos e as questões de licenciamentos, além de se aumentar a segurança jurídica para os investimentos, para que os projetos não sejam travados por ações judiciais. Também com bom senso e consenso é possível superar esses entraves.

Para que tudo isso aconteça, apenas boas ideias não são suficientes. É preciso que todos os paranaenses apoiem essas ações e ajam de forma alinhada e baseada exclusivamente em questões técnicas, e não políticas. Para uma pessoa de visão, não importa quem aparecerá na foto da inauguração de uma grande obra de infraestrutura: o que importa é ter uma foto para tirar. Sem esse pensamento, corremos o risco de, daqui a 30 anos, continuar lamentando nossa falta de infraestrutura.




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