Por Altamiro BorgesO ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, acusado de participar da montagem de um milionário esquema de desvio de recursos públicos para irrigar o Caixa-2 do PSDB, deve estar se sentido o próprio “boi de piranha”. Segundo o sítio do jornal Valor Econômico, em texto postado na noite desta segunda-feira (17), o inescrupuloso FHC parece que resolveu lança-lo às feras para salvar a imagem do partido e de Aécio Neves, o cambaleante presidenciável dos tucanos. “Se o STF acha que ele tem culpa, tem culpa”, afirmou após palestra para empresários em Santo André, organizada pelo jornal Diário do Grande ABC. “Tem que torcer para que ninguém tenha feito nada de errado. Mas se fez, tem que pagar”.
Com esta declaração bombástica, o ex-presidente e chefão-mor do PSDB tenta mais uma vez se travestir de paladino da ética e de imparcial. Logo ele que surge no livro “O príncipe da privataria”, do jornalista Palmério Dória, como responsável pela compra de votos para a sua reeleição, em 1998. Logo ele que aparece como um dos personagens principais do livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, como mentor do processo da venda criminosa de estatais nativas – que desviou muita grana para paraísos fiscais. Isto para não falar de várias outras denúncias de corrupção, como do Proer, do Sivam e da Pasta Rosa – que nunca foram apuradas pela Justiça e sempre foram blindadas pela mídia.
Diante do pedido da Procuradoria-Geral da República de 22 anos de prisão para o ex-governador por seu envolvimento no chamado “mensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar de “mensalão mineiro” –, FHC opta por jogar o seu companheiro de partido às piranhas, sem dó nem piedade. Se o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda tiver um pingo de honestidade e imparcialidade, Eduardo Azeredo não terá mesmo como escapar da cadeia. Há provas contundentes de que ele participou do desvio de R$ 3,5 milhões de três empresas públicas de Minas Gerais para engordar o Caixa-2 do PSDB, em 1998. A PGR o acusa de peculato e lavagem de dinheiro.
A dúvida, agora, é se o ex-governador, ex-senador, ex-presidente nacional da legenda e atual deputado federal vai aceitar a sua condição de “boi de piranha”. Quando pipocaram as primeiras denúncias sobre o “mensalão tucano” de Minas Gerais, Eduardo Azeredo afirmou à imprensa que o esquema havia sido montado para financiar várias campanhas do partido. Ele citou, explicitamente, a campanha de reeleição de FHC e também a de Geraldo Alckmin em São Paulo. Na sequência, ela engoliu o bico, acreditando que poderia esvaziar o escândalo. Agora, com a recomendação do PGR de 22 anos de cadeia, ele poderá ser forçado a se manifestar novamente. Esta possibilidade deve meter um baita medo em FHC e Aécio!
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