Oficineiros debatem ativismo digital
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Oficineiros debatem ativismo digital


Do sítio do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Em oficina promovida pela parceria entre Barão de Itararé e Coletivo Digital, a apropriação das mídias sociais pelos movimentos sociais e o ativismo digital foram intensamente debatidos pelos oficineiros e palestrantes. A atividade ocorreu neste sábado (18), na sede do Barão de Itararé, com a proposta de discutir o novo contexto comunicacional e as possibilidades de agir eficazmente na rede.
Segundo o jornalista Luis Nassif, o grande desafio que a Internet coloca diz respeito a como o jornalista ou o comunicador estruturam a “montanha de informação” disponível online. “O modelo tradicional se baseia em uma produção mais mecânica, enquanto os novos modos exploram um caldo gigante de informação”, diz. Em sua opinião, “o segredo é usar, com dinamismo, as ferramentas e os bancos de dados para estruturar a informação”.

Com uma perspectiva voltada ao jornalismo, Nassif acredita que, no ambiente digital, é necessária uma mudança de mentalidade. “Antigamente, ser um grande jornalista era pegar um monte de informação, puxar um ou dois ganchos, colocar uma manchete e um lide. Hoje, há muito mais informação, fontes e pontos de vista à disposição”. Ele destaca, também, que a Internet impulsiona a “cobertura continuada”, que não se encerra na hora em que é publicada no jornal impresso.

Mídias radicais

Juarez Xavier, professor da Universidade Estadual de São Paulo, fez uma abordagem acadêmica do tema. De acordo com ele, a Internet inaugura um terreno fértil para a construção de discursos de transformação, principalmente pelo fato de os movimentos sociais se apropriarem das ferramentas tecnológicas e construírem sua própria mídia.

Para Xavier, os pontos de cultura, as universidades e os coletivos têm o papel de formar os ativistas digitais. “Os coletivos, principalmente, têm um campo de ação sofisticado. Há produção multimídia e pessoas capacitadas envolvidas”, diz. A grande mudança é na “ecologia tecnológica”, segundo ele. “Este contexto permite uma desterritorialização da produção de conteúdo. Os cidadãos se apropriam dessas ferramentas e formam ‘redações virtuais’, com pessoas de diversas localidades produzindo coletivamente e colaborativamente”.

O ativismo digital, em sua visão, tem capacidade de fundir movimentos históricos com movimentos digitais e capacitar o acesso à informação. “Deste processo, surge uma espécie de esfera pública radical, que se comunica para além dos meios de comunicação tradicionais”, opina.

A dinâmica das redes sociais

Em sua exposição, a especialista em mídias sociais Katia Furtado demonstrou, na teoria e na prática, como utilizar eficazmente as ferramentas disponíveis na rede. Compreender a dinâmica das redes sociais, segundo ela, é fundamental para explorar ao máximo seus potenciais. “As ferramentas digitais possuem uma dinâmica marcada pelas mudanças constantes e o surgimento de novos aplicativos”, diz.

Ela apresentou um vasto panorama das atividades que são desenvolvidas na área. “Monitoramento da imprensa e de blogs, análise da concorrência, gerenciamento de crises, identificação de oportunidades, tendências e ameaças, identificação de influenciadores e de militância, análise de repercussão de campanhas, análise de sentimento. Todos estes fatores têm de ser pesquisados, planejados e monitorados pelos usuários”.

Em sua avaliação, o trabalho com mídias sociais é complexo, mas pode ser bem sucedido caso o internauta faça um bom uso das ferramentas disponíveis, como estatísticas, busca, pesquisa e monitoramento – destaca. A especialista ainda deu uma série de dicas e recomendações aos oficineiros, mostrando dezenas de sites, aplicativos e complementos que otimizam a experiência com as mídias sociais.




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