Os motoristas de ônibus de Teresina vão parar 100% da frota na manhã desta quarta-feira (15). O ato faz parte de um protesto contra o projeto de lei da terceirização, que já conta com a participação de cerca de 36 entidades. Os manifestantes vão convocar trabalhadores dos órgãos públicos, comércio e empresas privadas para aderirem a paralisação.
De acordo com o Sindicato dos Motoristas dos Ônibus, a frota vai parar as atividades a partir das 7h, por tempo indeterminado. "Todo o sistema vai parar. Ainda sabemos por quanto tempo, mas vamos parar em protesto a esse projeto de lei. Queremos conscientizar todos os trabalhadores para que eles se unam a nós na luta para que o congresso nacional não aprove essa medida", explicou o presidente do sindicato, Francisco das Chagas.
O projeto de lei que regulamenta o trabalho terceirizado no país foi aprovado semana passada na Câmara do Deputados. Desde então tem gerado polêmica entre os trabalhadores, que acreditam que se trata de um retrocesso na luta pelos direitos trabalhistas.
"O trabalhador não vai ter uma remuneração digna e outras questões dos direitos trabalhistas, como férias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e a aposentadoria também vão mudar. Basicamente perderemos todos os direitos conquistados pela Consolidação das Leis do Trabalho", ressaltou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Piauí, Paulo Bezerra.
Em teresina
Um dos principais pontos levantados pela classe trabalhadora é que com a medida, as empresas terão a permissão para terceirizar não só atividades-meio (funções de apoio ao negócio central da empresa, como limpeza e vigilância), mas também as atividades-fim (por exemplo, caixas e gerentes, no caso de uma agência bancária).
Para os defensores da proposta, essa regulamentação representará um aumento na produtividade e mais geração de empregos. No entanto, os sindicalistas rebatem afirmando que a lei vai aumentar a rotatividade nas empresas e trazer instabilidade para os trabalhadores.
"A gente sabe que é isso que vai acontecer caso a lei seja aprovada. Por isso estamos lutando desde 2014, quando a lei foi proposta, para impedir sua aprovação. Amanhã vamos panfletar e informar a população a respeito dessa lei, que só é bem vista pelos partidos de direita", enfatizou o presidente da CUT no Piauí.
Os manifestantes vão visitar órgãos públicos e empresas privadas chamando os trabalhadores para a concentração do protesto, que será na praça Rio Branco, no centro da capital, a partir das 10h.