OPINIÃO: A derrota do PT em PE serve de lição para Serra Talhada, que não tem a cara do partido
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OPINIÃO: A derrota do PT em PE serve de lição para Serra Talhada, que não tem a cara do partido



paulo césarPor Paulo César Gomes, escritor e professor serra-talhadense

Apesar de Dilma ter obtido em Pernambuco no segundo turno mais 70% dos votos validos, o PT estadual acabou sofrendo uma das maiores derrotas eleitorais de sua história. Além de não ter elegido o senador, João Paulo, ficou sem nenhum representante na Câmara dos Deputados. Na tentativa de solucionar os problemas da legenda, as tendências majoritárias iniciaram o processo de caça as bruxas, no qual querem expulsar os militantes que não votaram no candidato a governador apoiado pelo partido.

Mesmo sendo estatutários os processos disciplinares, incluindo-se expulsão, eles não são a solução do problema. A questão é política. Principalmente a que é encabeçada pela maioria do partido. O PT de Pernambuco é um dos mais ideológicos do Brasil, muitos dirigentes são oriundos dos movimentos sindical e estudantil, e do movimento sem terra, por isso o debate interno é tão intenso e acalorado. O que para muitos pode ser o motivo da divisão da sigla.

Na verdade a derrota do PT em Pernambuco se deu em função da subserviência dos dirigentes a Eduardo Campos, coisa que já tinha ocorrido durante o governo de Miguel Arraes, período em que o PT também não cresceu. Os militantes do PT querem que o partido se apresente com a cara própria, a exemplo das eleições onde João Paulo e João da Costa foram eleitos.

Outro fato a ser observado é que os militantes foram para as ruas fazer campanha para Dilma espontaneamente, sem esperar a ordem da direção, postura que não foi vista na campanha de Armando Monteiro. Isso nos leva a crê que Armando ? empresário e usineiro ? não era o candidato que a militância desejava por representar aquilo que o PT sempre combateu. Um governo de patrão.

As lições do PT de Pernambuco devem servir de lição para o PT de Serra Talhada, já que aqui, assim como no estado, as minorias são rechaçadas, prevalecendo os acordos de cúpula. Isso resulta em uma gestão do PT, sem a cara e a marca do PT. Vale lembrar que se caso o prefeito Luciano Duque queira de fato ser reeleito, terá que contar com a força e disposição da militância petista.

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!

Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 23 de novembro de 2014.




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