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OPINIÃO: A disputa entre azulões e cabeças vermelhas só serve para confundir o eleitor
Paulo César Gomes é professor e escritor
Faltando um ano para a eleição que irá definir os rumos de Serra Talhada até 2020, as ruas da cidade começam a serem tomadas por adesivos que sugerem que a disputa será novamente polarizada entres os ?azulões? e ?cabeças vermelhas?. Vale lembrar que tudo está correndo solto sem nenhuma restrição da justiça eleitoral. Essa disputa teve origem em 1992, quando a distribuição de bonés vermelhos pelo então candidato a prefeito Augusto César, fez com que os comícios e arrastões fossem dominados por uma multidão de pessoas com a cor vermelha na cabeça e que logo forma apelidadas de ?cabeças vermelhas?. Augusto acabou vencendo e impondo uma derrota histórica sobre o grupo do ex-deputado Inocêncio Oliveira. Dessa forma, os cabeças vermelhas viraram símbolos de oposição a Inocêncio.
Os cabeças vermelhas viveram o seu ápice em 2000, na vitória esmagadora de Geni Pereira sobre o também ex-prefeito Carlos Evandro. A resposta dos ?azulões? veio nas eleições de 2004 e 2008, com as vitorias de Carlão sobre Geni. No entanto, a eleição mais emblemática dos azulões foi a de 1996, quando Tião Oliveira foi eleito para seu terceiro mandato para prefeito da cidade. Essa disputa foi marcada pela distribuição de um kit com camisa, pão e R$ 20,00, na véspera do pleito. A cidade que dormiu vermelha amanheceu azul literalmente. Em 2012, o embate foi travado entre a ?onda vermelha? e os azulões, já que tanto Augusto César e Geni Pereira, cabeças vermelhas históricos viraram a casaca.
Estranhamente os petistas querem ressuscitar os cabeças vermelhas, que agora aparece imponente pisando na estrela do PT, isso só mostra que ainda não existe uma identidade política definida por esse grupo recém formado. Na verdade, essa história de cores é só mais uma forma de rotular as pessoas com relação a suas opções, além de mobilizar os grupos, que acabam sendo manipulados e se esquecem de apreciar as propostas de cada candidato.
Certa vez o deputado Augusto César declarou que a eleição de Serra Talhada é como a disputa do pastoril, ou o cidadão é vermelho ou é azul. Em parte, ele tem razão, já que a ideia é transformar a campanha em ?um grande espetáculo?, que acaba envolvendo as pessoas em um clima de paixão e emoção. Porém, é preciso advertir que a paixão pode cegar, e as conseqüências serem sentidas durante quatro anos!
Um forte abraço e até a próxima!
Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, 04 de outubro de 2015.
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