Por Paulo César Gomes, professor e historiador serratalhadense
Um dos grandes desafios de Serra Talhada é sem dúvida a mobilidade urbana. O assunto que já é bastante debatido em outras cidades do interior de Pernambuco, sendo que algumas já apresentam resultados práticos bastante satisfatórios, a exemplo de Arcoverde.
Serra Talhada é uma cidade que cresceu em ritmo bastante acelerado nos últimos dez anos, com o aumento significativo de carros e motos, que circulam de forma desorganizada em meio a uma quantidade cada vez maior de pessoas de diversas regiões do nordeste, que buscam na cidade atendimento médico particular, formação educacional e negócios no comércio atacadista e varejista.
Esse fluxo frenético de pessoas e automotores tem provocado o aumento no número de acidentes de trânsito, alguns, infelizmente, fatais. Pontos de grande movimentação no centro e nas principais vias de acesso de saída e de entrada da cidade, são os principais focos dos acidentes. Alguns acreditam que a solução está no tal anel viário, que até agora não saiu da projeção virtual.
No entanto, esquecem que um dos maiores problema é má sinalização ou, em muito casos, a falta dela. O cruzamento entre a Praça Sérgio Magalhães e a Rua Comandante Superior existe um erro gravíssimo de sinalização, o que semanalmente provoca no mínimo um acidente. O erro está na sinalização dando prioridade a quem esta trafegando pela Rua Comandante Superior em direção a Rua Cornélio Soares, quando na realidade deveria ser de quem vem trafegando pela Praça Sérgio Magalhães em direção a Rua Joca Magalhães. Salientando que a Rua Joca Magalhães dá acesso a Rua Enock Ignácio, aos bairros da Várzea e AABB e a várias vias de acesso a BR 232.
Outro ponto que merece ser destacado é o cruzamento da Avenida Afonso Magalhães, em frente ao Mercantil Santana, onde três ruas se encontram gerando dúvidas em pedestres e motoristas, já que não existe sinalização no local. Situação parecida é no cruzamento entre as Ruas Enock Ignácio e Joaquim Corando, em frente à Nara Calçados, ondem também não se ver orientação condizente com o trânsito do local. Soma-se a esse caos urbano a falta de local para estacionamento no centro, o que acaba prejudicando a imagem da cidade junto a pessoas que visitam a cidade a passeio ou a trabalho.
A grande questão é que não existem investimentos públicos no setor. A prefeitura aumentou todos os seus tributos nos últimos anos, e até agora não fez muito coisa. E o que foi feito não foi com recursos próprios. Falta ainda um pouquinho mais de ousadia, planejamento e criatividade. Um bom exemplo é a mudança feita na saída da Praça Manoel Pereira Lins, que teve o fluxo de carros deslocado para um retorno que fica em um cruzamento de onde saem carros que vem do bairro do IPSEP e da AABB, sendo que tudo isso fica em frente ao ponto de grande movimento, em função da proximidade com a FAFOPST e outros estabelecimentos educacionais.
Talvez, naquele ponto ficasse mais lógico construir uma rotatória. Ficaria mais organizado e criaria um espaço onde se poderia fazer uma decoração com jardins, construir uma fonte de água, colocar o busto de alguma personalidade, e por ai vai.
Na verdade o grande atraso de Serra Talhada está nos nossos políticos. Não temos um líder dinâmico e moderno. Todos, sem exceção, Luciano Duque, Sebastião Oliveira, Augusto César, Manoel Santos, são conservadores, personalistas, fisiologistas, oportunistas e preguiçosos, quando assunto é o desenvolvimento da cidade. A falta de ação política faz com que a Serra Talhada do futuro tenha a cara do passado!
Um forte abraço e até a próxima!
Publicado no Portal Farol de Noticias de Serra Talhada, em 09 de fevereiro de 2010.