Geral
Os interesses de Israel - GILLES LAPOUGE
O Estado de S.Paulo - 06/09
PARIS - No caso da tragédia síria, Washington faz declarações e declarações e o presidente francês de tempos em tempos profere um discurso na posição de "comandante-chefe", formando a sua "frágil Grande Coalizão Mundial de dois membros" (França e EUA). Na Turquia, o premiê Recep Tayyip Erdogan exige a execução e maldiz o ditador sírio, Bashar Assad. Putin sorri perversamente.
Mas um país está silencioso. Israel, que se encontra, no entanto, no meio da tormenta. Israel está à porta da Síria e no centro de uma vasta região, que vai do Egito até o Irã, em risco de incendiar-se descontroladamente.
A sobriedade de Israel merece ser investigada pois revela as insolúveis contradições nas quais estão mergulhadas todas as nações ocidentais com relação à guerra civil síria.
Não é preciso dizer que os dirigentes israelenses desejam que o Ocidente puna Assad pelos seus crimes e o uso de gás contra seu próprio povo. Mas ao mesmo tempo não querem, realmente, que as investidas ocidentais provoquem a derrubada de Assad.
Por que tal raciocínio? Certamente não é por compaixão ao ditador sírio. O fato é que Jerusalém teme que o desaparecimento de Assad abra caminho para grupos radicais islamistas, alguns muito próximos da Al-Qaeda.
É uma estranha configuração, similar a uma "quadratura do círculo": ou seja, entrar em guerra, mas não derrotar o chefe dos inimigos. Em resumo, travar uma guerra, mas evitar vencê-la.
Essa hesitação dos israelenses tem a vantagem de deixar claro, de maneira crua e impiedosa, o estado de espírito dos ocidentais, particularmente das duas nações que pretendem uma ação armada contra Damasco: França e EUA.
SUCESSÃO
Obama teme que a eliminação do líder sírio leve ao poder não os corajosos democratas que há dois anos se rebelaram contra a tirania, mas os islamistas, cada vez mais numerosos, treinados e armados, que se integraram nas fileiras dos insurgentes como moscas no mel.
Os israelenses criticam duramente o presidente Obama. Denunciam sua hesitação, quase a sua falta de coragem. E compreenderam que a influência de Washington no Oriente Médio diminuiu espetacularmente desde o início da Primavera Árabe. E a cautela de Obama, sua incapacidade de assumir posições heroicas, provocaram um forte recuo da influência americana em todo o Oriente Médio, que se tornou a região mais perigosa do mundo.
Mais além do caso sírio (por mais grave que seja aos olhos dos dirigentes de Israel), é sobretudo pensando num outro país e num outro desafio que os israelenses criticam Obama. Trata-se do Irã, que proximamente se tornará um perigo ainda mais terrível do que o apresentado por Damasco. O Irã e sua provável força nuclear.
Se os americanos hesitam tanto em atacar a Síria, vacilarão muito mais no caso de um adversário bem mais forte do que Assad: o Irã, seus aiatolás e suas ogivas nucleares/TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
-
Irã, Síria, Obama E A Base Da Nova Diplomacia - Gilles Lapouge
O Estado de S.Paulo - 29/11 O sistema geopolítico que governa o mundo entrou há alguns meses em uma nova era. Uma formidável comoção embaralhou as cartas de uma ponta a outra do planeta. Ela abalou posições que se julgavam consolidadas e inamovíveis...
-
As Guerras Sírias - Gilles Lapouge
O Estado de S.Paulo - 22/07 Há mais de dois anos, a guerra civil grassa na Síria, onde as forças do governo de Bashar Assad combatem os insurgentes, os jovens, os pobres, os desesperados que se revoltaram contra o regime tirânico e violento de Damasco....
-
Às Vésperas De Uma Guerra Obscena
Por Tariq Ali, no sítio Outras Palavras: O objetivo da “guerra limitada” organizada pelos EUA e seus vassalos europeus é simples. O regime sírio estava lentamente restabelecendo seu controle sobre o país, contra a oposição armada pelo Ocidente...
-
Discípulos De Goebbels Contra A Síria
Por Domenico Losurdo, no sítio português O Diário: Qual a natureza do conflito que desde há meses assola a Síria? Com este artigo é meu intuito suscitar em todos os que defendem a causa da paz e da democracia nas relações internacionais algumas...
-
Sic E Cymerman Em Cima Da Síria!
Excelente e oportuna a reportagem de Henrique Cymerman que foi transmitida ontem na SIC Notícias sobre a operação que as forças armadas israelitas levaram a cabo recentemente na Síria. Israel terá destruido material nuclear norte-coreano, transferido...
Geral