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Os juros e a "embromation" do JN
Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:
A queda das taxas de juros nos empréstimos bancários já caiu na boca do povo, virou a principal notícia econômica popular, e o último telejornal que ainda censurava a notícia era o Jornal Nacional da TV Globo. Não por acaso é patrocinado por um banco privado, que tentou resistir à redução dos juros o quanto pôde.
O JN passou toda a semana passada sem tocar no assunto, mesmo quando os clientes já corriam aos bancos em busca de renegociar suas dívidas em condições melhores, e mesmo após o patrocinador do telejornal aderir (a contragosto) às medidas.
Já estava pegando mal quando, na segunda-feira (23), resolveu noticiar, mas deu uma ênfase completamente enviesada do assunto, a ponto de dar a entender que a corrida aos bancos seria nociva para o cliente, pois aumentaria o endividamento e comprometeria a renda, quando a realidade geralmente é a oposta.
Quem está correndo aos bancos, em sua maioria, está buscando refinanciar dívidas caras, trocando por condições mais baratas, o que alivia o peso da dívida na renda familiar, pois passa a pagar uma mensalidade menor.
O telejornal faltou com o compromisso de informar ao telespectador, o que é do interesse público. Os bancos estão competindo pela conta-salário dos clientes, oferecendo vantagens como taxas melhores. E estão competindo também através da portabilidade dos financiamentos, ou seja, se um cliente tem um financiamento em um banco, ele pode levá-lo para outro banco onde ele pague uma prestação mais baixa.
Curioso é que, se a reportagem mais confundiu do que explicou, nos intervalos comerciais aparecia a atriz Camila Pitanga fazendo propaganda da Caixa Econômica Federal, explicando com uma clareza cristalina a transferência da conta corrente e da dívida em outro banco. Continuou pegando mal para o JN.
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