Nos States, este final de semana depois do Dia do Trabalho é considerado o pior do ano pra se lançar um filme (as pessoas devem viajar, há campeonatos esportivos na TV, sei lá). Portanto, há somente uma estréia, e com o Nicolas Cage, ainda por cima: Bangkok Dangerous (Perigo em Bangkok, que chega ao Brasil na próxima sexta), a vida de um assassino por encomenda que tem cabelo estranho numa missão na Tailândia. Ahn, parece promissor, mas eu passo. Há também uma comédia romântica independente com distribuição limitadíssima e título duvidoso, Todo Mundo Quer Ser Italiano. Ué, eu pensei que todo mundo quisesse ser Brazilian, isso sim.
No Brasil, as três principais estréias são Hellboy 2: O Exército Dourado, Caçadores de Dragões, e o nacional Linha de Passe, de Walter Salles (Central do Brasil, Diários da Motocicleta) e Daniela Thomas. Linha foi muito aplaudido em Cannes. Já Hellboy o maridão tentou ver no nosso último mês em Detroit. Aguentou dez minutos e foi embora. Minha vontade de ver isso é próxima a zero.
E agora, o que todo mundo quer saber: o que tá passando em Joinville, cidade que hospeda a grande Lolinha que não vai ao cinema há um mês esta que vos fala. Tem Asterix e os Jogos Olímpicos, Casamento em Dose Dupla (nem sei qual comédia romântica é essa, é mais uma com a Diane Keaton, tadinha. Eu até iria ver se tivesse ingresso grátis pra essa rede de cinemas), Jogo de Amor em Las Vegas, Kung Fu Panda, A Ilha da Imaginação, Arquivo X: Eu Quero Acreditar, Hellboy 2, O Procurado, e Reino Proibido. Quer dizer, nove filmes passando em cinco salas – até que não tá mal. Exceto que, desses nove, tem três que eu já vi, quatro que eu não quis ver nem de graça nos EUA, e dois (Asterix, Casamento) que eu teria que pagar pra ver um filme que tem tudo pra ser ruim. Não vale a pena.
Minha vida tá triste sem cinema. Pra compensar, amanhã cedo vou ao comício do Carlito, candidato do PT à prefeitura de Joinville. A Dilma Rousseff estará presente. Joinville tá afundada em corrupção. O negócio tá feio mesmo. O prefeito atual é do PSDB, mas no fundo a cidade, como o estado de Santa Catarina, sempre esteve nas mãos de políticos ligados ao PMDB (do Luiz Henrique, que tá quase sendo impeachado), e ao PP (do Esperidião Amin). Joinville nunca teve um governo de esquerda. Há três candidatos embolados: Carlito Merss, que a gente conhece pessoalmente de várias paradas (coral, peças de teatro), Darci de Matos, do DEM (coligado com o PSDB), e um radialista, Kennedy Nunes, do PP. Darci foi meu professor de – pasme! - Sociologia num semestre da faculdade de Pedagogia. Pavoroso. O cara é uma porta, mas ao menos não é histérico e estourado como o prefeito atual. A propósito, Joinville tem meio milhão de habitantes e é a maior cidade do Estado, inclusive maior que Floripa (é o único caso no país em que a maior cidade não é a capital). Ainda assim, tem apenas cinco salas de cinema e uma máfia no governo que vem dilapidando os cofres públicos. São dois motivos que nos fazem querer sair daqui.