Pacificação do Rio para além da Copa - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
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Pacificação do Rio para além da Copa - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE


CORREIO BRAZILIENSE - 24/03
A partir de 20 de novembro de 2008, quando a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi instalada na Favela Dona Marta, em Botafogo, o crescente sucesso da retomada de extensas e populosas áreas dominadas pelo tráfico no Rio de Janeiro pareceu realidade sem volta. Cada vez mais, a expectativa positiva firmava-se em números concretos, com vertiginosa queda dos índices de criminalidade. Até a paisagem dos morros mudou, com a população passando a usufruir de espaços públicos antes tomados por homens fortemente armados. Contudo, passados mais de cinco anos e quase quatro dezenas de UPPS depois, a política de segurança parece ter entrado em xeque.
O Estado não pode se intimidar. É cedo para avaliação definitiva dos acontecimentos, mas uma análise realista dos fatos e uma reação articulada, que una numa só força os governos municipal, estadual e federal, com o envolvimento de seus Três Poderes, se impõem, antes que o retrocesso seja consumado. O governador Sérgio Cabral correu a Brasília para pedir socorro. O reforço imediato - a ser detalhado a partir de hoje, conforme anunciado na sexta-feira - é para enfrentar os ataques sistemáticos a comunidades pacificadas. É certo que a emergência não pode ser ignorada. Mas urge ir além e, conforme previsto desde o início, consolidar a cidadania, garantindo aos moradores acesso a serviços públicos de qualidade.

É esse o fundamento para a paz. Mantê-la apenas pela presença ostensiva das forças de segurança é perpetuar o estado de tensão, animar a bandidagem a ficar à espreita, apenas aguardando o primeiro sinal de descuido para mostrar as garras. Por sua vez, o crime organizado deve ser enfrentado pelo aparato de inteligência do Estado. A apreensão de armas e drogas e a prisão de traficantes de pequeno, médio e até grande porte são necessárias, mas não bastam. É primordial esmagar o poder financeiro dessas instituições. Mas a sociedade sabe quão longe está de contar com tamanha eficiência, quando vê chefões comandarem o crime inclusive de dentro de penitenciárias.

A pouco mais de dois meses da Copa do Mundo e de dois anos das Olimpíadas, não deverão faltar investimentos para conter a violência urbana no Rio de Janeiro. Mas a Cidade Maravilhosa não se limita ao estereótipo de principal porta de entrada e cartão-postal do país. Os megaeventos são preocupação extra. A população tem apoiado as UPPs, como mostraram pesquisas de opinião realizadas antes das atuais investidas de bandoleiros, porque elas freiam a criminalidade, permitem o ir e vir, salvam vidas. Não é a imagem da metrópole, mas a sobrevivência de cada um que conta. De igual forma, a bem-sucedida estratégia de pacificação é mais que um trunfo político-eleitoral. Deve ser levada avante e aperfeiçoada tendo em vista o bem comum.




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