Panorama do investimento - MIRIAM LEITÃO
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Panorama do investimento - MIRIAM LEITÃO


O GLOBO - 16/06

ÁLVARO GRIBEL  E VALÉRIA MANIEIRO - INTERINOS
Mais da metade do investimento feito pela indústria este ano está concentrada em um único segmento: equipamentos de transporte. De janeiro a abril, eles foram 55% da alta dos bens de capital. Enquanto isso, a indústria de máquinas tem perda de 8% no faturamento e de 18% nas exportações. As encomendas estão no nível mais baixo da história da Abimaq, a entidade que representa o setor.

Os investimentos estão puxando a economia brasileira no ano, com crescimento acumulado de janeiro a abril de 13,4%, sobre o mesmo período de 2012. Mas eles estão concentrados na produção de caminhões, ônibus e outros equipamentos de transporte (vejam no gráfico). Segundo o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Má-quinas), José Velloso, um único segmento, entre todos os que compõem o investimento industrial, viveu um momento muito bom e passou a sensação de que todos estavam bem:

-Entre as empresas da Abimaq, só crescem as que produzem máquinas agrícolas, porque a safra é no início do ano. Houve um represamento muito grande da compra de caminhões, e agora soltou tudo de uma vez. Esse aumento no início do ano vem de uma base de comparação muito baixa. Estamos pessimistas.

A carteira de pedidos das empresas que fazem parte da Abimaq está em 15 semanas, muito abaixo da média histórica, 25 semanas. A ociosidade está alta: apenas 70% do parque industrial está em funcionamento. Velloso diz que a queda da Selic e os financiamentos do Finame ajudaram, mas que o custo de capital de giro continua muito elevado:

-O grande problema é que a indústria de transformação, que compra máquinas, está perdendo competitividade. Antes, o consumo estava forte, mas o real também estava, e os importados entravam com força. Agora, o real desvalorizou, mas o consumo perdeu força. Quem vai investir nesse cenário?

O economista Armando Castelar, do Ibre/FGV, explica que, além da indústria, é preciso olhar para o investimento da construção civil. E, aqui, o quadro é de retração de 1% no primeiro trimestre porque as obras de infraestrutura programadas pelo governo não andaram no ritmo esperado.

-Daqui a dois meses, faz um ano do plano de logística lançado pelo governo. Já era para se ter várias concessões nas mãos da iniciativa privada, mas isso não aconteceu. A construção residencial também está com problema, depois de passar por um período de crescimento exuberante. Há aumento de custos de terrenos e de mão de obra, atrasos nas entregas dos projetos e baixa geração de caixa das construtoras - disse.

Real fraco traz menos tecnologia

Segundo Armando Castelar, a valorização do dólar encareceu a importação de máquinas de Estados Unidos, Alemanha e Japão, países que produzem equipamentos de alta tecnologia e que são essenciais para vários setores da indústria:

-O mundo todo precisa importar equipamentos desses três países, que concentram produtos de alta tecnologia. Não há como fugir disso. E o real mais fraco encarece essa importação, o que atrapalha nossos investimentos.

Taxa sobre o PIB crescerá pouco

José Velloso explica que é sempre bom olhar para a taxa de investimento, que mede o total investido em relação ao PIB. No primeiro trimestre, ela foi a mais baixa para o período desde 2009: 18,4%. No final do ano, deve fechar em 18,6%, segundo a Abimaq. Armando Castelar lembra que a promessa do governo era levar a taxa a 25% do PIB. A média da América Latina é 22%, de acordo com o economista.

REGISTROS DE INADIMPLÊNCIA: A Abimaq tem registrado inadimplência. Empresas que encomendaram máquinas estão atrasando os pagamentos.




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