Pavio aceso no Oriente - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
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CORREIO BRAZILIENSE - 05/07
A iminência de uma ofensiva militar israelense contra o território palestino da Faixa de Gaza, em represália pelo assassinato de três adolescentes judeus sequestrados duas semanas atrás na Cisjordânia, representa mais do que uma nuvem escura e carregada pairando sobre o agonizante processo de paz entre os dois povos. A nova escalada no conflito que muitos veem como o nó górdio da instabilidade crônica no Oriente Médio coincide com um panorama sombrio que se estende pela região do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico, com Síria e Iraque em guerra civil e grupos extremistas - afiliados à rede Al-Qaeda ou aparentados a ela na ideologia jihadista - controlando vastas porções de território.
É a lógica entranhada e persistente da vingança, expressa no princípio do "olho por olho", que alimenta mais uma espiral de violência entre israelenses e palestinos. O sequestro e o assassinato de um adolescente árabe, em aparente revide por parte de extremistas judeus, forneceram o ingrediente que faltava para a frustração palestina irromper novamente.

Passadas já duas décadas do estabelecimento da Autoridade Palestina (AP), como entidade autônoma em Gaza e na Cisjordânia, a população dos territórios segue em um limbo do ponto de vista de cidadania. A AP não goza de reconhecimento internacional como Estado soberano, mas Israel já não exerce plenamente o papel de força de ocupação, embora tenha poderio militar para aplicar represálias quando se considera sob agressão. No mais das vezes, a retaliação tem vindo na forma da punição coletiva aos palestinos, o que apenas ajuda a fermentar o ressentimento, nutrido também pela incessante e progressiva colonização judaica na Cisjordânia.

Salvar o processo de paz iniciado com os Acordos de Oslo, firmados sob os auspícios dos Estados Unidos, em 1993 e 1995, parece já um desafio além das capacidades da comunidade internacional. Seguidos e repetidos esforços diplomáticos, encabeçados por ao menos três presidentes norte-americanos, foram vãos na tentativa de levar os palestinos à terra prometida do Estado soberano que almejam desde a primeira guerra árabe-israelense, em 1948. Quanto ao Estado judeu, fundado naquele ano, continua se vendo cercado de uma vizinhança que percebe como hostil - e segue desenvolvendo uma estratégia que consiste em preservar ou mesmo ampliar a supremacia militar.

Se resta esperança para uma solução pacífica, ela reside agora na engenhosidade política dos dois povos. O processo de Oslo foi iniciado por estadistas que personificavam uma geração temperada por três guerras: Yitzhak Rabin e Shimon Peres, pelo lado de Israel, e o patriarca Yasser Arafat, pela parte palestina. Tinham, entre seus liderados, a autoridade requerida para fazer concessões, dolorosas porém incontornáveis, em nome de viabilizar a única saída possível: a convivência entre dois Estados.

A dinâmica atual solapa o terreno sob os pés dos que advogam esse caminho, de ambos os lados. Israelenses e palestinos têm diante de si um enigma a decifrar, o de construir uma liderança política comprometida com a via pacífica e sagaz o suficiente para levá-la até o sucesso. Sem esse elemento, restará à comunidade internacional apenas o papel de apagar incêndios, de tempos em tempos, e assistir à demolição final de um edifício que nem chegou a ser completado.




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