Dois policiais militares foram presos nesta quinta-feira (21) durante a operação ?União?, deflagrada pelas Polícias Civil e Militar. Segundo o secretário de segurança, Robert Rios, os militares eram responsáveis pela logística da quadrilha especializada em assaltos. Em dois crimes realizados em uma granja, os suspeitos teriam levado R$ 3 milhões. O crime aconteceu no dia 28 de outubro. A polícia cumpre 13 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão. Até as 8h30, nove pessoas haviam sido presas e uma caminhonete avaliada em R$ 100 mil apreendida.
Ainda de acordo com a polícia, um dos militares foi identificado como José Wellington. Ele foi preso quando dava plantão na Penitenciária Major César, em Teresina. Outro preso é soldado da Cavalaria da Polícia Militar identificado por Reginaldo. ?Esses policiais davam o apoio logístico ao bando. Eles forneciam rádios de comunicação e o material necessário para que a quadrilha realizasse os assaltos a empresas, supermercados e carros-forte?, revelou o secretário.
O delegado Menadro Pedro, titular do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Gre
co), afirmou ao G1 que os militares presos atrapalharam ações que seriam desenvolvidas pela polícia. O delegado disse que os policiais tinham informações sigilosas, repassavam para membros da quadrilha e, por conta disso, os criminosos conseguiam fugir do cerco policial.
Menadro explica qual era a função dos militares José Wellington e Reginaldo. ?Eles eram os informantes. Além disso, davam total apoio para o bando que era especializado em fazer assaltos a empresas, supermercados e carros-forte. Os dois policiais entravam em contato com as pessoas e articulava os crimes. Também era competência dos PMs os aluguéis de carros e disponibilização de rádios de comunicação. Eles tinham como missão atrapalhar o serviço da polícia?, revelou o delegado.
O corregedor da Polícia Militar, Ricardo Lima, esteve na sede do Grego nesta quinta-feira. Ele disse que os policiais irão responder pelos crimes que cometeram através de um processo administrativo que será aberto.
?Atitudes como estas mancham a imagem de qualquer corporação. Estes policiais vão responder pelos crimes que cometeram e poderão ser expulsos da Polícia Militar do Piauí. Esse não é o primeiro caso de policias envolvidos em crimes, tanto que na segunda-feira (25) dois militares perderam a farda?, disse.
Entre os presos também há dois homens naturais do Pará e Pernambuco e ainda um radialista. Uma mulher foi detida com um revolver calibre 38 e outra pessoa, que estava na casa de um assaltante, também foi presa. Segundo a polícia, este homem é avô de um dos criminosos e foi preso com uma arma.
A operação é comandada pelo Greco. As prisões aconteceram em diversas zonas da cidade. Todos os presos foram levados para a sede da Delegacia de Polícia da Greco, na Zona Sul de Teresina.
"Essa é uma quadrilha bem articulada e organizada que praticou vários assaltos na capital, principalmente a empresas e supermercados. Eles planejavam todas as ações", disse o delegado Lucy Keiko.
Ainda de acordo com o delegado, alguns dos presos estavam com documentos falsos. A polícia também encontrou drogas, armas e munição.