Por que pesquisas afetam ações de estatais - EDITORIAL O GLOBO
Geral

Por que pesquisas afetam ações de estatais - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 15/10

A candidata e petistas não gostam de flutuações de ativos financeiros condicionadas por rumores sobre sondagens eleitorais. Mas não adianta reclamar, é o mercado



Em sinais invertidos, a campanha deste ano repete um aspecto das eleições de 2002, quando Lula conquistou o primeiro mandato. Naquelas eleições, os mercados reagiam aos indícios crescentes de que o PT desembarcaria, afinal, no Planalto. A rejeição era tão grande que o dólar tocou nos R$ 4, com grande impacto na inflação. Hoje, a Bolsa cai e o dólar sobe se há rumores sobre pesquisa que indicaria algum avanço de Dilma no projeto da reeleição. Em 2002, a má notícia nas mesas de operação era a chegada do PT. Hoje, a permanência de Dilma Rousseff.

A candidata demonstra não gostar, tampouco o PT. Haverá quem, no bloco político no poder em Brasília desde 2003, que denuncie vis especuladores e perniciosos ?rentistas? por esses movimentos bruscos no mercado. Mau humor inútil, pois é assim em qualquer país. Parte importante da liquidez dos mercados é concedida pelo trânsito de operadores que buscam se antecipar aos fatos. Sempre respeitadas as regras estabelecidas para reprimir extravagâncias, como o acesso a informações privilegiadas, entre outras ilegalidades.

O que ocorre hoje na bolsa brasileira reflete a constatação de acionistas de que o governo Dilma tem sido desastroso para Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil.

É curioso que o abalo de empresas públicas importantes seja provocado por um governo de ideologia estatista, num aparente paradoxo. A chave para decifrar a contradição é o uso desastrado pelo governo Dilma do intervencionismo.

É peça do arsenal ideológico do estatismo o manejo de empresas públicas para se atingir objetivos econômicos. E à esquerda e à direita. O mesmo recurso foi acionado pela ditadura militar brasileira, na busca de divisas para equilibrar o balanço de pagamentos, nos choques do petróleo, fator de enorme desequilíbrio das contas externas brasileiras, causa básica da insolvência externa de 1982. Estatais e país ficaram superendividados.

Hoje, Dilma usa a Petrobras para subsidiar combustíveis importados, bancos públicos para inundar o mercado de crédito ao consumo a qualquer custo e a Eletrobras, a fim de cortar em 20% as tarifas de energia. No caso do setor elétrico, o resultado é a desmontagem financeira dele, porque o Planalto insistiu na ideia mesmo em um período de grave seca, em que as termelétricas, de custo mais elevado, têm sido obrigadas a operar o tempo todo. Entende-se, portanto, porque a bolsa sobe, puxada por ações dessas estatais, em meio a rumores de pesquisas favoráveis a Aécio Neves. E desce, em rumores positivos para Dilma. Simples dessa forma.

A Petrobras, cujo valor de mercado caiu pela metade desde que foi forçada a subsidiar o consumo, voltou a ser a empresa mais valiosa da América Latina, terça, depois que suas ações subiram 10% na segunda. Títulos do BB ganharam 11% e os da Eletrobras, 7,4%. Não adianta reclamar, é o mercado.




- Por Que Acionista Da Petrobras Reage A Pesquisas - Editorial O Globo
O GLOBO - 13/08 Atingida pelo escamoteamento de inflação e envolvida pela corrupção, devido ao aparelhamento de que tem sido vítima, a Petrobras é um dos temas da campanha eleitoral A Petrobras continua a mostrar nos balanços o tamanho da sangria...

- A Inútil Irritação Oficial Com O Mercado - Editorial O Globo
O GLOBO - 31/07 Em vez de criticar banco, o FMI ou analistas, o governo deveria encarar a vida real e agir. Por exemplo, para o Brasil enfrentar o impacto da alta dos juros nos EUA O governo enfrenta, nos últimos dias, uma crise no relacionamento com...

- Fator Eleitoral - JosÉ Paulo Kupfer
O ESTADÃO - 22/07 Não é novidade que mercados financeiros são influenciados por expectativas políticas. Aumento ou alívio de tensões regionais, ao redor do mundo, sobretudo em áreas que concentram recursos naturais estratégicos, costumam empurrar...

- A Ruinosa Política Energética Do Governo - Editorial O Globo
O GLOBO - 11/03 Poucas vezes neste país, tão poucas e erradas medidas criaram tantas dificuldades em setores estratégicos, para já e a médio e a longo prazos A tempestade de problemas que se abate sobre as áreas de combustíveis e energia elétrica...

- Agiotas Fazem Campanha Contra Dilma
Do blog Escrevinhador: O modelo neoliberal, implementado por FHC no Brasil, teve três eixos centrais: flexibilização das leis trabalhistas, privatizações das empresas estatais e abertura da economia para o capital financeiro. Os governos de Lula...



Geral








.