Portas-aviões
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Portas-aviões


Fui acompanhando - pela imprensa, apenas - o folhetim da compra dos aviões C-130J, da Lockheed Martin, escolhidos pelo Ministro da Defesa Paulo Portas para substituir os A400M da Airbus europeia - que antes tínhamos encomendado, sendo co-produtores e co-proprietários, com evidentes vantagens para a industria aeronautica e outras industrias nacionais de alta tecnologia.
A decisão de mudança do Ministro, anunciada em Agosto de 2002 e reiterada por altura da invasão do Iraque, em Fevereiro 2003, constituiu um dos primeiros sinais do afastamento de Portugal da convergência europeia e do clientelismo do Governo Barroso-Portas relativamente aos fabricantes de armamento americanos. Recordo-me de ter levantado, numa sessão contra a guerra no Iraque na Aula Magna em Março de 2003, a questão do abandono do projecto europeu dos A400M, provocando grande crispação no Governo e em alguma imprensa veneradora do poder (mas, significativamente, sem incomodar a AR...).
Leio agora, no Diário de Notícias de 12.12.04, três interessantes artigos de investigação do jornalista Joaquim Brito Camacho, pondo o dedo na ferida outra vez e sublinhando um sem número de problemas que têm impedido a Força Aérea dos EUA, que contratou a aquisição do mesmo tipo de avião à Lockeed Martin, de utilizar os referidos aviões em missões operacionais. O DN salienta ainda a desvantagem do método da aquisição aparentemente seguido pelo Ministro Paulo Portas, permitindo a escalada de ano para ano dos preços dos aviões.
E enquanto se compram ou não se compram, presumo que os C-130 possuidos pela Força Aérea portuguesa deixaram de ser modicamente «up-graded» nas OGMA, para poderem servir no lugar dos A400M enquanto estes não estivessem disponíveis.
Diz o DN que, como Portugal, só a Itália de Berlusconi abandonou o projecto europeu da Airbus. O Reino Unido, a França, a Alemanha, a Bélgica e a Espanha mantiveram o compromisso inicial.
Numa altura em que o processo de desenvolvimento e reforço da Política de Segurança e Defesa Europeia avança significativamente, entre outros aspectos com a missão Althea na Bósnia-Herzegovina e a criação da Agência Europeia de Defesa, antecipando mesmo o previsto na Constituição Europeia e procurando encorajar programas de cooperação entre os Estados Membros na perspectiva da criação de um mercado europeu de equipamentos de defesa, seria interessante avaliar ao certo onde nos deixa o desgoverno da coligação PSD-PP.
Onde ficamos, afinal, relativamente ao projecto europeu de construção do futuro avião militar europeu pela Airbus?
Desistimos ou não, tivemos de pagar alguma indemnização pela desistência ou não? E a que distância nos deixa a trindade Barroso-Portas-Lopes do processo de integração europeia em matéria de Segurança e Defesa? Quanto nos periferizou mais em relação à montagem da Agência Europeia de Defesa ? quantos portugueses a vão integrar, por exemplo, que estruturas nacionais vão com ela inter-agir? Qual é hoje o compromisso do Estado português em relação à aquisição do avião C-130J à Lockheed Martin, na sequência do que foi anunciado pelo Ministro Paulo Portas em 2002 e 2003 ?
Segundo o DN, "o Ministério da Defesa português não respondeu às perguntas do DN sobre este assunto".

Ana Gomes





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